no jantar

- E aí véio, rola sair com a caranga hoje?

- Não! Ela nem tá aqui! Ficou na casa da Jô.

(A mulher se levantou religiosamente. Entendia que seu lugar já não era ali).

- Pó, figura. Que putinha! Já não basta a facul que você paga?

- ...

- Maldita hora que fui apresentá-la.

- ...

- Você tinha me garantido que na sexta ele era meu. Foi nosso trato.

- Não faço trato com fedelho. Respeite seu pai.

(No quarto, a mulher escolhe o lenço preto. O enrola no pescoço. E sem lágrima alguma, assassina um pouco mais de sua honra, sua moral).

- Agora que a mãe não tá presente posso te dizer.

(Os olhos do pai cresceram. Já imaginava).

- Outra amiga minha não tá podendo bancar a mensalidade. É do tipo.

- O que você quer dessa vez?

- Que você abandone a Jô.

- Por quê?

- Quero reatar meu lance com ela.

(A filha do casal viria esse fim de semana para casa. Visita de rotina. Lógico, a tia iria buscá-la).

jeferson bandeira
Enviado por jeferson bandeira em 17/08/2008
Código do texto: T1133007
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