[1º CAPÍTULO DE SOMBRAS DA VERDADE] - INÍCIO DE UMA LONGA CAÇADA

Estava novamente na estrada. Caminhando rumo ao nada. Sempre vivi minha vida assim, hoteis de beira de estrada, casas de estranhos, as vezes até debaixo de uma árvore ou ponte. Sempre estive procurando coisas nas quais muitas pessoas não acreditariam que existem. Desta vez estava em uma pequena cidade, cujo nem sei o nome. Apenas fui contratado para exterminar uma criatura que ali existia a alguns anos. Andei em círculos procurando algum lugar para ficar, mas em todos os lugares eu sempre recebia a mesma resposta '- Estamos sem vagas'. Continuei andando naquela rua pouco iluminada, aos poucos comecei a enxergar que no final daquela rua tinha uma pequena placa, ao me aproximar eu tentei ler. Nela estava escrita "Welcome to BloodHell".

- BloodHell? Irônico... Inferno de sangue é?. ironizei. Eles um dia vão ver o que realmente é o inferno.

Coloquei a mão na maçaneta da porta, parei e pensei. "Será que ele vai estar aqui?" Olhei para a porta novamente e a abri. O local estava pouco movimentado, algumas pessoas apenas me olharam quando entrei mas nada incomum, a garçonete olhou para mim e gentilmente abriu um sorriso.

- Deseja algo senhor?

Ela era uma jovem bonita, longos cabelos loiros que beiravam a sua bunda, seus olhos eram verdes claros, sua maquiagem estava saindo devido a rotina de trabalho, seu cabelo estava preso, seu corpo era escutural, um corpo onde eu poderia ficar noites e noites viajando por ele sem me cansar. Várias pensamentos pevertidos passavam por minha mente, até a voz da jovem me tirar do transe e quebrar a onda de pensamentos que tinha com aquela bela mulher.

- O que deseja senhor?. perguntava ela sorridente.

- Um copo de vinho por favor.

A garçonete foi pegar o copo de vinho, enquanto isso olhei para o bar que apesar de tarde estava pouco movimentado. Pessoas simples com desejos comuns, cansados da mesma rotina de trabalho. A maioria que estava ali era por diversão, mas dois homens estavam ali apenas observando a jovem garçonete que me atendia. Logo ela novamente quebrou minha concentração.

- Aqui está senhor. Ela me entregava o copo com o vinho.

- Obrigado senhorita. Respondi gentilmente.

Voltei a olhar para os dois homens, mas eles haviam saido. Voltei a observar o corpo da garçonete enquanto a mesma limpava as mesas daquele pequeno bar. Ela me fitava algumas vezes e eu apenas sorria enquanto saboreava o copo de vinho. O tempo passava e o bar ficava mais vazio, olhei para a garçonete e a chamei. Ela veio caminhando e perguntou:

- O senhor deseja algo mais?

- A senhorita poderia me informar se tem algum quarto para se alugar na cidade?

- Senhor, a residênca a frente aluga quartos para visitantes como o senhor, eles lucram bastante com isso já que passam muitas pessoas por aqui e não conseguem alugar quartos.

- Obrigado senhorita.

- Denada senhor.

A jovem voltava a seu trabalho e eu levantei deixando alguns trocados no balcão, peguei minha mochila e fui caminhando até a porta. Quando encostei a mão na maçaneta ouvi o grito da jovem, rapidamente coloquei a mão ao lado da cintura, minha arma estava ali, corri e encontrei a jovem desesperado ao abrir a porta do banheiro masculino. Havia um corpo ali no chão, sua cabeça havia sido arrancada, o sangue estava por todo o banheiro. Olhei para a jovem e a levantei, ela rapidamente me abraçou e continuou em prantos. Apenas a abracei e a retirei da cena do crime. A sentei em uma mesa qualquer.

- Calma. Como se chama?

Ela estava espantada com a cena e não me respondia. Quando me virei para ir até o local ela respondeu algo. Mas não entedi.

- O que disse?

- ...

- O que disse senhorita?

- Me chamo Marlene...

- Me chamo Aurus. Marlene, fique calma. Você o conhecia?

- Sim. Ele vinha aqui com freqüência. Porquê?

Os olhos de Marlene estavam fixos e direcionados para o banheiro. Logo ouvi as sirenes vindo em direção ao bar. Olhei para Marlene e fiquei confuso no que fazer.

- Marlene, fique aqui, você irá ficar bem.

- Mas...

Quando a jovem começou a responder, eu já havia corrido e pulado pela janela lateral do bar. Cai em cima de uma lata de lixo. Logo levantei e comecei a correr pelo beco escuro. Quando me aproximei do final do beco, olhei para trás e via as sirenes no bar, quando virei para frente tinha algo na minha frente, sua respiração estava ofegante. Coloquei a mão novamente na minha arma e o encarei.

- Quem é você?

A criatura não me respondeu, novamente perguntei, mas nada. Quando senti minha mão se encaixando na arma, rapidamente ele apareceu na minha frente, quase inacreditável a velocidade da criatura. Ela me golpeou no estômago, senti suas garras rasgando minha pele, eram frias e fortes, com o golpe ele me arremessou na parede, logo cai no chão e o olhei, ele estava e pé na minha frente, mas não consegui vê-lo por causa da escuridão. Rolei no chão e saquei minha pistola, meu dedo quase que instantaneamente puxou o gatilho de minha pistola, era uma Taurus, modelo PT-57Sc, uma arma simples e de custo baixo, o tiro cortou o vento rapidamente, mas não acertei a criatura, ela se lançou para o lado e correu, novamente apertei o gatilho, uma, duas, três vezes, mas não o acertei com nenhum dos tiros.

- Droga, ele fugiu.

Logo comecei a ouvi passos e vozes vindo em minha direção. Me levantei meio cambaleante devido aos cortes no estômago, recolhi minha mochila e corri para me esconder. Me enfiei em um beco próximo dali, enquanto vi dois policiais conversando sobre o acontecimento.

- Ele atacou novamente Mark.

- Sim Paul, temos que passar o caso para os federais.

- Como sempre os filhas da mãe vão se dar bem denovo Mark.

- Mas é melhor do que morrer mais gente Paul.

- Realmente, a quarta morte em uma semana é demais. Não vamos conseguir resolver isso.

- Quarta morte? - pensei. Era hora de começar a investigação e esquecer o local para dormi. Caminhei novamente rumo a direção que a criatura havia corrido. Naquela rua só existia comercios e todos estavam fechados, exceto uma tabacaria. Me aproximei com cautela e olhei antes de entrar. Apenas dois homens trabalhavam no local. Entrei cautelosamente e segui na direção do homem que estava no balcão.

- Me vê um cigarro mano.

Ele me olhou diferente, e pegou um cigarro, mas quando ele ia me entregar me encarou.

- Você é daqui? - perguntou o balconista

- Não, não. - respondi.

- O Caipira, custa cinco dólares.

- Cinco dólares? - Fiquei espantado com o preço, mas puxei a carteira e peguei uma nota de dez dólares. Ele me encarou e ficou de olho na minha carteira. Entreguei os dez dólares.

- Fica com o troco. - me virei e o outro estava com um bastão de ferro vindo em minha direção.

- Tá achando que vai sair daqui vivo mano? - perguntou o balconista irônico.

Olhei para ele seriamente. - Não quero machucar ninguém.

Quando percebi o outro já estava vindo correndo com o bastão para me acertar, seu golpe vinha como se ele fosse rebater uma bola de beisebol, joguei os dois braços rapidamente na frente e recebi o golpe em cheio, com a força dele cai em cima de uma das prateleiras.

- É uma mané mesmo, pega ele Will.

O tal de Will veio novamente me golpear, desta vez ele veio com um golpe na vertical de cima para baixo visando acertar meu tórax, rapidamente encolhi as pernas e chutei os dois joelhos dele quebrando-os. O tal de Will caiu gritando de dor e quando olhei para o balconista o mesmo puxou uma espingarda e a carregava. Corri e saltei para detrás de outra pratileira.

Quando cai ouvi apenas o estrondo do tiro acertando a pratileira, depois do tiro corri para a porta e escutei ele preparando outro tiro, quando me joguei para fora ouvi o outro tiro que me acertou de raspão no braço esquerdo.

- Que merda, sempre arrumo confusão onde eu vou.

Os passos do balconista se aproximaram, logo puxei minha Taurus e atirei para cima, ele correu e se escondeu, aproveitei o tempo e corri. Ele apareceu na porta alguns instantes depois e atirou novamente, mas por sorte minha ou azar dele não acertou. Algum tempo depois de correr, olhei para o relógio, ele marcava 4:15.

- Merda, o sol já vai nascer daqui a algumas horas, vou dormir um pouco.

Comecei a andar rumo a casa que Marlene havia me falado.

Galahad Obscure
Enviado por Galahad Obscure em 17/01/2008
Código do texto: T821301
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