Joca e Sarita, amores descompromissados

Antônio Herrero Portilho

 

Dona Rosalina vivia em constante preocupação, sempre de olho nos movimentos de sua filha Sarita, ela está próxima de completar a maioridade, mas ainda é motivo de muita preocupação com esses comportamentos de sua filha, não é mimos em formas de amor exagerado, lógico que uma mãe deve amar sua filha, dar carinho e boas orientações

Dona Rosalina pensava em voz alta:

- Nunca vi coisa igual, essa menina não sossega o facho, esses seu gestuais a denuncia apontando muito bem o que ela quer,  tem um ardente fogo sexual, continuadas vezes a surpreendo com a mão em suas partes íntimas, nesses seus dezessete anos, pelo que me parece ainda não namorou, verdade, nunca a vi com um namorado, mas, porém pretendentes não lhes faltam, vejo que esses assédios, quer dizer no bom sentido da palavra, querem com insistência ficar em namoro,  querem namorar com Sarita, enquanto ela só pensa no companheirismo, amizades, sem nenhum fato consumado, mas certeza, existe alguém que povoa aquela mente conturbada dessa tão jovem garota ninfomaníaca, pelo que eu percebo, Sarita é realmente uma garota sexo maníaca compulsiva. (Rosalina; mãe em constante vigilância à sua filha, preocupada com esse comportamento sexual de forma exagerada.)

Dona Rosalina sempre chega de surpresa e flagra ela usando de suas mãos em busca de rápidos prazeres alisando aquelas zonas erógenas, fonte insaciável de prazeres de seu corpo.   

Hoje bem de manhã se levanta para dar início a vida cotidiana, encontrar com a turma, seus amigos estão todos esperando para reviver novas aventuras, Joca é o rapaz mais próximo de Sarita, não é seu namorado, mas, é como fosse, ou talvez seja em segredos, Sarita e Joca passa a maior parte do tempo em maiores entregas, abraços e beijos mesmo que seja, beijos facial, não gosta, até tem nojo de sentir sua boca dentro de outra boca, eles são muitos íntimos apesar de não terem nada com relacionamentos amoroso, pelo menos isso que eles dizem.

Sarita encontra com Joca, o pessoal estavam reunidos na pracinha, todo conversavam colocando o papo em dia, enquanto a turma ficaram por ali se divertindo e tomando refrigerante no quiosque ponto de venda na calçada dessa via pública, Joca e Sarita seguiram rumo a feira de artesanato; arte muito admirada pela Sarita, até tinha alguns amigos artesãos, amigos apesar das idades diferentes, ao chegarem a feira, se dirigiram para a praça de alimentação para depois, os reencontros com os amigos que fazem exposições na feira, conversam muito sobre as habilidades com a arte manual popular, Sarita ainda falou muito sobre sua aptidão, ela praticava o ramo da serigrafia, estampas em camisetas e muitos outros tipos de peças pequenas. 

Depois de algumas visitas Sarita e Joca chegam a banca do senhor Alcides que trabalha no ramo de entalhes em madeiras, mal chegam a barraca de seu amigo Alcides, o telefone móvel de Joca toca, era uma chamada de seu pai, pedindo para que ele volte para casa, o pai de Joca está precisando de uma ajuda no serviço na oficina mecânica, muitas vezes seu pai convoca seu filho para essa ajuda, ele gosta de ajudar na oficina, para ele se vestir das roupas manchadas de graxas é uma grande satisfação se mostrar um rapaz responsável, ele vai ao encontro de seu pai, acha ele que existe hora para trabalhar, e hora para se divertir.

 Sarita disse a Joca para que ele vá atender ao chamado de seu pai que é muito mais importante, para os nossos lazeres nunca vai faltar tempo e oportunidades, ela fica nos encontros com os amigos das exposições, com os papos com seus amigos, deixe para depois a companhia nessas visitas.

Sarita chega até o ambiente de Alcides, a porta de seu atelier estava fechado, esse artesão fazia um trabalho especial, não podia ficar expostos a vistas de todos, a menina não pretendia abrir a porta de surpresa, com educação faz um barulho proposital, em seguida o chama pelo nome, perguntou se podia entrar, Alcides deu a permissão, mas porém correu e jogou uma toalha de mesa em cima da estátua a qual ele estava entalhando, queria ocultar dos olhos da menina, menina, menina pelo jeito de se expressar, essa garota já estava próximo de completar a maior idade.

Sarita entrou se sentou no banquinho ali bem próximo de Alcides, com a presença da menina, Alcides ficou meio tímido, se envergonhou por alguns instantes, disfarçou se como não estivesse fazendo nada, antes que ela entrasse, rapidamente escondeu a peça que estava confeccionando debaixo de alguns panos para que Sarita não visse o que ele estava entalhando.

-Seu Alcides, porque escondeu a peça que você entalhava... trabalhando? Eu estava curiosa para ver essa sua arte no entalhe, se for algo obsceno, não precisa se preocupar, somos amigos há tantos anos, nada mais é segredo depois daquele último encontro. disse Sarita tentando diminuir o acanhamento do senhor Alcides que no momento entalhava uma peça de um homem nu, com o membro herético, pedido encomendado por uma senhora turista espanhola, agora morando no nosso país temporariamente, no momento Alcides se obrigou a mostrar, tinha em mente que aquilo não passava de uma peça de arte, certo que ela já estava em uma idade adulta, nas atuais altura dos acontecimentos, nada mais seria segredo.

Sarita ficou pasma com aquela estátua entalhada em madeira de cedro, setenta centímetros de altura, já estava nas finalizações, alguns poucos reparos, vernizes e logo estaria pronta essa peça, ficou acertado para que eu a telefonasse, aliás acho melhor ir já providenciando.

Alcides – Sarita, por favor, pegue esse número de telefone, telefone para ela, diz que já está pronta a peça dela, se quiser poderá vir buscar. Assim feito, Sarita ficou muito emotiva, ela abraçava a estátua entalhada e queria somente para ela e dizia: – Eu quero esse entalhe somente para mim, não a deixe leva-la, me dá para mim, eu a quero para mim.

– Não tem como eu te dar, posso fazer uma para você, mas essa é da espanhola, ela me pagará um bom dinheirinho por essa arte, depois dessa vou tirar por conta própria, uns dias de folgas. (disse Alcides)

Enquanto esse artesão finaliza com os últimos retoque na peça, enverniza a deixando em brilho, realmente Sarita tinha razão, ficou uma bela peça, um primor de arte, uma lástima ter que dispensa lá, gostaria de ficar com ela para sempre, infelizmente logo essa estátua entalhada em madeira de cedro seguirá viagem para a Europa, estará exposta em uma sala muito distante desse país, mas na verdade Sarita não ficará frustrada por muito tempo, Alcides entalhará um arte somente para ela, desse mesmo tronco que foi extraído esse homem nu, feito para a espanhola, o pedaço daquela madeira estará reservado para uma peça exclusiva para Sarita, Alcides não entalhará uma estátua de homem nu, mas será feito em entalhe aquele pedaço do homem que Sarita tanto venera.

- Fica assim minha querida amiga, vou fazer uma arte somente para você, não será um homem nu, mas uma parte dessas que vive pendurada dentro das calças, imagine bem de que estou falando... pensou... então já sabe.

--Eu estou no aguardo, vou te cobrar sempre esse meu presente especial, promessa é dívida. (disse Sarita em tom de cobrança antecipada.

 

Der repente Alcides teve a percepção que um carro desses mais modernos já fabricado nessa terra, estaciona no lado de lá da rua, ele já sabe de quem se trata essa figura, olhos claro, cabelos cor de ouro, vindo se aproxima ali perto da barraquinha de artesanato, aquela mulher fantástica a cada vez que ela se apresenta próximo de Alcides, esse senhor fica pasmo diante daquela beleza, ela é muito liberal, tem uma visão moderna no que se trata sexualidade, em papos com suas amigas em que se arranjou por aqui nessas terras, ela bate no peito e diz com galhardia:

-- Não fico um dia sem transar, não dou sossego para essa minha xereca, por enquanto ela não reclamou em nada, então pau nela. Na hora desses meus fogos ardentes, pego o homem que estiver mais próximo, para mim o importante é apagar essas minhas labaredas, caso for um homem compromissado com casamentos, pouco me importa, eu quero é mais e mais, fodas essa esposa traída, sinto prazer até no olhar nas virilhas masculina e sentir aquele volume, caso não tem jeito mesmo, e aparecer uma mulher lésbica, vai assim mesmo. (isso é o que ela comenta com suas amigas nesses bares da vida aqui nessa terra em que ela adotou temporariamente, mais, pelas obras de artes que ela admira, já pode ter uma ideia de quem se trata essa espanhola linda e fantástica, mas muito promíscua.

O artista artesão ao perceber aproximação da dona da peça de arte, a mesma que viera buscar conforme o chamado pelo telefone, a espanhola pega a peça, coloca em pé em cima do balcão, fica admirando por vários momentos, conversa pouco com esse artista, de posse de uma dessas formas de pagamentos e de posse dos dados de Alcides, ela envia uma grana alta para a conta de Alcides que no momento ficou até muito assustado pela quantia, ainda alertou a compradora.

-- A senhora não se enganou no envio desse pagamento, vejo uma quantia alta. Disse Alcides)

-- Não se preocupe pobre homem, isso que estou te pagando é um agradecimento pela minha satisfação, esse total pago pelo seu serviço, a meu ver não passa de um precinho de um refrigerante comprado ali no barzinho da esquina.

-- Tudo bem, muito obrigado pela sua preferência, estarei sempre por aqui para atender essas melhores freguesas, te amo espanhola. (Disse Alcides)

 Ah... já ia me esquecendo, amanhã vou viajar para o Nordeste, gostaria que você viajasse comigo... vamos nessa seu Alcides, prometo que vai acontecer tudo aquilo que aconteceu aquele dia que fomos buscar no sítio o tronco de madeira de cedro que você entalhou essa peça. (Disse a Espanhola prometendo tudo aquilo, quando a estrangeira percebeu o som da descarga do sanitário, viu que Alcides não estava sozinho, pois o compartimento era de pequenas dimensões, o banheiro ficava bem ali pertinho,  percebeu que havia uma terceira pessoa ali naquele ambiente, ela não sabia que Alcides estava com visita, ou quer dizer, Alcides dizia que Sarita era sua ajudante nesses trabalhos, Sarita havia saído para ir ao banheiro, quando voltou de ponta de pé para surpreender Alcides, pegou Alcides e a Espanhola conversando em altos papos, parece que a menina ficou enciumada de Alcides em apego à Espanhola)

O senhor artesão depois da compra finalizada, acompanhou a estrangeira até o carro, se abraçaram se despedindo, mas ela voltará na manhã mais próxima. Sarita sentiu uma reação negativa em seus sentimentos, era o ciúme que ela sentia pela primeira vez, não conseguia aceitar a condição que Alcides e a estrangeira já tiveram um caso, isso é o que Sarita ouviu quando estava no banheiro muito próximo de Alcides e Espanhola, Sarita também já teve um caso com Alcides, mas de forma que a menina continuava virgem, ela só sentiu Alcides quando olhava para trás no momento da penetração, para Alcides, Sarita abriu uma segunda opção, uma nova vereda em que o artesão vinha pelo costado.

Sarita percebeu nesses momentos que seus dias já não são os mesmos, seria muita ingênua de sua parte pensar que ela seria a única na vida de Alcides, mas porém está enganada, Alcides se relaciona com várias garotas durante a semana, a Espanhola é transa antiga de Alcides, enquanto que Sarita é apenas um simples contato sexual com essa menina, enquanto ela pretende repetir outras vezes, mas com a Espanhola na área, acho que não sobrará oportunidade, repleta de ciúme fica imaginando o tempo todo os dois na cama, Sarita fica entediada, sofrendo em pensar estar no lugar da estrangeira.

Já está chegando as dezessete e trinta horas, ela sabe que sua mãe só lhe dá liberdade para seus passeios até as dezoito horas, sendo assim a pombinha sente a obrigação de levantar voo, voltar para casa, só isso lhe resta, o artesão ainda entrega o molho de chaves para que Sarita abra o ateliê todos os dias e arrume as coisas em seus devidos lugares, ela se compromete com esse pedido de Alcides

Se despedem cordialmente e retorno a antiga morada, quer dizer sua casa. 

      Enquanto isso sua mamãe Rosalina a aguarda para o café da tarde. como Sarita sempre foi muito mimada, sua mãe deixa tudo arrumado para a princesinha, só se sentar a mesa e saborear tudo aquilo de saboroso que dona Rosalina sempre fez questão de servir a gosto da menina. 

Logo ela chega, bateu o portão com um pouco de força, depois bate a porta da sala com bravura, sua mãe vai ao encontro dela, pergunta o que aconteceu, ela não responde nada com a cara cheia de revolta, dona Rosalina fala de seu café da tarde que já posto a mesa, entra no quarto, se joga na cama, deitada de barriga para baixo como se estivesse muito cólera, sua mamãe correu para ela foi perguntando o oque aconteceu.

      - O que aconteceu minha filha? O que houve para tanta revolta.

       - É que meu amigo vai viajar, com uma de suas amigas, estou muito nervosa por isso, maldita turista Espanhola, vai ficar com ele enquanto eu fico aqui nessas condições, com essa eu não contava. Mãe eu gosto muito dele, seu Alcides é meu homem, eu o amo muito, mas a turista espanhola se ofereceu como uma das maiores biscate, eles foram para a região do nordeste, ficarão por lá por mais ou menos uma semana, eu quero que ele volte logo.

          O sofrimento de Sarita durou apenas uma semana, Alcides passeou bastante com a turista Espanhola, conheceu várias localidades turística, pernoitavam nos hotéis mais luxuosos de cinco estrelas, mas de surpresa ela recebeu uma mensagem urgente, teria que voltar rapidamente para seu país, aconteceu alguns imprevistos nas suas empresas, houve um desfalque milionário nas finanças de sua empresa, por isso foi chamada a comparecer rapidamente, assim a musa dos cabelos de ouro seguiu na direção de sua tão grandiosa Espanha. Assim feito, Alcides volta novamente para seu ateliê nessa feira de artesanato.

Naquela madrugada do raiar daquele sábado, Sarita resolveu sair bem de manhãzinha, seguiu aquelas ruas desertas na direção do Ateliê do seu Grande e amado Alcides, chegando colocou a chave na abertura, rodou e empurrou a porta e entrou, grande foi a surpresa quando ela acendeu as luzes percebeu as costas nua, mas a certeza já estava confirmado era Alcides que estava ali dormindo em sua caminha de campanha, de solteiro, Sarita não pensou duas vezes, deixou do lado o balde e material de limpeza, entrou para debaixo das coberta e assim terminou dormindo esse resto de manhã, quando Alcides percebeu que a menina estava ali em seu leito de dormir, ficou muito contente, parece que agora a paz vai reinar.

Joca ainda procurava por Sarita, foi até o ateliê de Alcides, Chamou muito pela Sarita, mas quando percebeu que não havia respostas, foi embora, seguiu seu caminho deixando Alcides e Sarita se abrigando do calor daquela manhã.

19 de novembro/24  

 

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 19/11/2024
Reeditado em 21/11/2024
Código do texto: T8200502
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