SABORES
Na segunda o café tinha gosto de medo, incerteza. Roubara o gosto da manhã de preguiça.
Na terça, depois daquela noticia do dia anterior o café tinha um gosto doce de boa expectativa.
Na quarta era interrogação dentro da xícara. La de dentro vinha um pouco de dor de cabeça e também de incertezas. Ideais não muito boas subiam com a fumaça.
Na quinta de manhã provou e achou indecisão de novo dentro da chávena. A tarde o sabor mudou, era o pó da esperança que se misturava à agua dos bons acontecimentos vindouros.
Na sexta o sabor deveria ser bom, sim, pois a sexta era melhor que a quinta, mas era, não estava tão gostoso. Depois mais tarde ficou velho e melhorou o sabor. Estanho! À noite não podia beber café.
No sábado a infusão tinha o tempero certo de água pó, açúcar, fumaça e aroma, alegria sonhos, prazeres.... Tudo na medida certa para acordar os ânimos
Domingo de manhã gosto de ressaca dentro do café, mas tem um cremezinho de alegria, e também uma nesga de despreocupação. Domingo a tarde o café da amargura da melancolia e dos medos.
E amanhã qual será o sabor?