Pra quê essa matemática?



Ele já estava de saco cheio daquilo tudo. Pra que tantos números! Duvidava que fosse usar tudo aquilo um dia. Pra que saber calcular juros, porcentagens, etc.? Isso era coisa pra quem ia ser contador. Mas ele era poeta escritor, não precisava de nada disso.
Paulinho dizia essas coisas à sua mãe enquanto ela olhava seu boletim que estava destacando uma triste nota vermelha.
Ela tentou lhe explicar à necessidade de se aprender a famigerada matéria sempre tão incompreendida. Mas ele estava revoltado. Nem lhe deu ouvidos.
Na semana seguinte estava mais feliz. Afinal estava fazendo contato com uma editora para editar seu primeiro livro. Mandaram-lhe uns esquemas para que fizesse as contas do custo. Tinha um preço para cada coisa, uma porcentagem para outras, juros para calcular caso atrasasse o pagamento... Coisas da matemática... Argh! Paciência, apesar dela publicaria seu livro e pronto.
Paulinho recebeu a visita de sua amiga Deise, que por coincidência era professora “daquela coisa”. Discorreu a ela seus problemas com a bendita disciplina. Surpreendeu-se com o que a amiga disse-lhe:
_Paulo, a matemática é uma ciência muito importante.está presente em nossas vidas desde o momento em que somos concebidos.Sabes qual a melhor parte da matemática?
_ Eu não sei, não!Acho que não desejo saber!
_ Nada disso, amigo! O melhor da matemática é ter problemas resolvidos,
saúde multiplicada, tristezas diminuídas,dinheiro adicionado,amizade dividida entre muitas pessoas...e o mais importante...Amor elevado à enésima potência...
Paulinho ainda não estava convencido, apesar de como poeta ter gostado das palavras como foram colocadas.
Então Deise começou a refazer os cálculos do livro. A diferença foi enorme. Nas contas de Paulinho, ele acreditava que iria ter de pagar R$25,00 por cada exemplar com a tiragem e modelo que escolhera. Mas na conta correta que a amiga fez o livro ficaria bem mais em conta. Paulinho ficou surpreendido com o resultado de R$17,00 por exemplar. Ficou tão contente que prometeu, daria mais importância a (agora amiga), matéria. Afinal conseguiu ver que ela também ajudava a realizar sonhos.



Criação Marcelo Bancalero – Denise de Souza Severgnini