A chuva, o nascimento do menino índio.

 

Uma das vidas de seu Augusto, o início de tudo.

 

Para chegar a esse local, bastava seguir a estrada, logo após atravessar a velha ponte, fazer o contorno as margens do rio, nos poucos habitantes trabalhavam e moravam nesses aglomerados de famílias, trabalhadores nessa pequena estalagem portuária, feito rio doce que servia de embarcações de mantimentos, passageiros atravessar o rio, transportando sacaria das colheitas de ano, até transporte de gado também viajam através das correntezas.

 

Muitos funcionários viviam do trabalho do pequeno porto que movimentava o comércio, lugarejo entre selva rio de largas margens caudalosas.

 

 

 

           - Tudo nessa noite me parece meio tenebrosa, um pouco estranha, o silêncio de mostra algum mau presságio, não se ouve barulho de nenhum bicho que habita por essas águas, parece que algo extraordinário estará para acontecer, difícil a noite que não se escuta o barulho desses animais de hábitos noturnos passando por essas trilhas aqui por perto de casa.

 

"disse Carlota impaciente angustiada pela falta do sono"

 

O marido de Carlota ali do outro lado do leito de dormir, em resposta só emitiu um bocejo depois limpou a garganta como se estivesse concordando.

 

Até os empregados desse pequeno porto que trabalhava no turno da noite, acostumava jogar carteado até as tantas, silenciaram, não se percebia os gritos de blefes exaltando a posse das cartas maiores, ameaçando jogar na mesa desse jogo, eles foram procurar outras acomodações por ali em seus serviços de vigilâncias, até se esconderem do frio cortante.

 

Foi a conta a mulher dizer esses pensamentos, que algo quebrou o silêncio, o Urutau rasgou seu canto assustador bem ali no alto do tronco da aroeira seca plantada e nascida a muitos anos já passados, perto do terreiro do cercado.

 

      Carlota aproveitou esse momento de insônia, levantou-se foi até a cozinha para tomar um pouco de água, matou a cede, quando voltava para a cama, arriscou dar uma olhadela pela janela, vidraça, arredou a cortina para olhar o escuro lá de fora, presenciou várias luzes no fundo do quintal, era os olhos dos bichos que transitava às margens do rio a uns cento cinquenta e poucos metros dentro da noite, nesse momento sentiu um calafrio quando respirando aquele odor da onça pintada, a mais grande das felinas estava também por ali, como sempre marcava presença nessas imediações dessa casa grande da fazenda.

 

        Apesar dessa noite um pouco estranha, dentro do quarto de dormir, acomodou se nesse lado da cama, logo pega no sono apesar de um vento que passava entre as folhas do coqueiro de perto, o tronco da palmeira dobrava se rendendo a força do vento.

 

        Ao amanhecer o dia, o cenário foram formados, o tempo estava encoberto, prometia muita chuva nesse começo de dia, o cheiro de terra molhada estava bastante forte aos narizes, bem longe podia perceber a chuva que descia da nuvem, e se aproximava com rapidez.

 

A tuiuiú voltou para seu ninho a fim de proteger seus filhotes enquanto os relâmpagos partiam os céus carregado das nuvens, logo nessa hora dessa manhã o céu escureceu, era um bando de pássaros que voavam nesse cenário de tanto aspecto selvagem, essas aves saldavam bailando e dando boas-vindas para a chuva que nesse momento começava cair os primeiros pingos desse temporal, aos poucos foram formando uma grande tempestade.

 

Os raios caiam como facas incandescentes, os estrondos ensurdecedores parecem que tremia a terra de tão intensa era essa chuva, uma cortina de águas que impedia se enxergar a uns dez metros diante de nossos olhos. Felizmente a casa sede da colônia foi construída bem a cima do nível das enchentes, rio que passava por ali a uns duzentos e sessenta metros, essas enchentes nunca atingiriam as moradia, mas, porém, aproximava do terreiro dificultando o ir e vir.

 

          Quando se observam o ritmo do tempo chuvoso, todos admiravam o efeito da natureza, parece que despejava enormes cântaros de águas de tempos chuvosos, ventou muito e até caíram do céu, pequenos cubos de gelos, por onde passava esse tempo deixava um rasto de destruição tal foi a força da natureza.

 

Jorge o chefe da equipe de trabalhadores que tomavam frentes aos serviços de cargas e descargas das embarcações por esses rios fluviais, saiu para os arredores da casa procurando intensamente sua esposa que havia desaparecida pouco antes da chuva, só percebeu antes no amanhecer, Anhuma estava nos últimos dias de gestação, daria luz a qualquer momento, certeza, ela sofreu o efeito da tempestade, Jorge seu esposo alimentava a esperança que nada poderia ter acontecido com Anhuma, ela sabia se defender dos maus tempo, de origem indígena acostumada a sofrer dos tempos chuvosos, mas depois que percebeu o estrago do mau tempo,  ficou muito preocupado.

 

         Anhuma sentiu as dores do parto, naquela tarde anterior, saiu em busca de um local parecido com os das tribos de seus ancestrais para dar à luz a essa criança, a chuva lhe pegou em meio ao trabalho de parto, certeza um parto muito complicado, mas Anhuma evocou com fé em seus deuses da natureza, além de sofrer as duras penas se salvou, a criança nasce em parto de cócoras, depois do pesadelo, veio a alegria de ter em seus braços sua cria anda avermelhada ensanguentada, do parto doloroso.

 

          Era certo que Anhuma não resistiria as fortes chuvas, ainda mais, em um momento tão delicado como o nascimento da criança, mas Anhuma ainda firmava seus olhos para o infinito, movida por uma fé extraordinária pedia a proteção dos deuses de seus antepassados, essas suas entidades protetoras que em momento de urgência sempre os atendiam. Súbito um clarão muito forte, luzes que quase cegava os olhos se firmassem suas vistas, parecia um relâmpago de ação mais duradora,  se tratava de seus amigos espirituais que estavam chegando para esse socorro preciso, em visão de clarividência Anhuma percebeu uma máquina voadora, assim como dos extras-terrestres, pairou no ar a uns cinquenta centímetros do solo, em seguida aportaram alguns seres com trajes parecido a os de indígenas, mas de intenso brilhos, certeza, eram seres de outro planeta que na hora do parto chegaram para socorrer essa que nesses momentos finais expelia essa cria, que conforme as condições chuvosas não sobreviveria nessa situação de clima e tempo.

 

Os seres interplanetários com sua nave fantástica em momento indescritível abduzido, trouxeram para o interior do objeto voador a parturiente, foi decepado o cordão umbilical, e assim configurou em nascimento perfeito, mas porém esses extras terrestres marcaram esse renascido como mais um dos seus humanoides plantado aqui no planeta terra, ele estará entre nós, mas para essa civilização do planeta azul passará despercebido, seu nome será Augusto e viverá sobre os hábitos e costumes das tribos dos nativos Sul americano.

 

      Quando fazia algum tempo do desaparecimento de Anhuma, grávida, o patrão chefe maior do pequeno porto fluvial, juntamente com esposa, pediu que todos empregados fizessem, uma trégua em seus serviços, poderiam considerarem feriado, mas se reunirem frente a capela da pequena vila, assim foram feitos.

 

        O patrão e esposa, chegaram na hora marcada, a pequena igreja foi aberta, enquanto todos se recolheram, se posicionaram para uma grande vigia e oração, todos os bancos do tabernáculo foram ocupado, depois de um pequeno discurso em homilia do religioso, todos começaram suas orações em intenção da jovem nativa grávida desaparecida, pediram em orações a volta de Anhuma, rezaram horas a fio, deram uma pausa, a patroa serviu um café com algumas iguarias da cozinha sertaneja, para em seguida voltarem em orações, a reunião terminaria as quinze horas.

 

         Logo o dirigente do culto, pediram que todos orassem em silêncio por alguns minutos.

 

O silêncio reinava nesse ambiente de fé e devoção, antes que as orações recomeçassem em voz alta, todo perceberam um som bem baixo pela distância, não era de bicho, mas logo foi se aproximando, em seguida perceberam, o choro de recém-nascido, em seguida, Anhuma apareceu com essa criança nos braços, os fiéis largaram suas orações e correram ao encontro de Anhuma com o neném no colo, isso foi motivo para a festa continuar com mais alegria, Anhuma voltou, tudo está salvo, a mãe e a criança.

 

        O menino aos poucos foi se desenvolvendo, os anos foram passando, Augusto não conseguiu falar no idioma que todos falavam, a pronúncia do pequeno índio tinha as origens assim como seus ancestrais pronunciava, mas quem convivia com o menino Augusto o entendia com facilidade. A mãe e as pessoas que por ali conviviam percebiam alguns sumiços do garoto, logo daí uns quatros a cinco dias ele reaparecia, fato estranho esses acontecimentos, todos tinham a impressão que o curumim viajava para outra esfera planetária.

 

         O pequeno índio atinge a idade de uns nove a dez anos, e os desaparecimento se tornam mais frequente, Anhuma com suas intuições de mãe sabia que aqueles seres interplanetários o levavam em viagem astrais, ela tinha suas certezas que nada aconteceria com o pequeno humano infantil.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 

         Um dia desses Augustinho resolveu ir mais longe do terreiro da colônia onde morava com sua mãe, deu começo a uma longa jornada, caminhou por um dia inteiro, deixou sua casa a muitos quilômetros de distância, ele sentia desejo de conhecer mais desse planeta, até chegar a uma cidade grande, novas civilizações, com essas andanças chegou a uma grande aldeia de uns indígenas de seu conhecimento, alojou-se e foi muito recebido por esse outro povo de outra etnia indígena, pernoitou e pretendia seguir viagem na tarde do outro dia, mas seus povos pediram para que ficasse mais, pois naquelas próximas horas estariam recebendo a visita de alguns turistas que chegaria para visitar essa aldeia, Augustinho seria apresentado a esses visitantes, chance desse menino manter contato com gente da civilização que estariam presenteando os membros indígenas, caciques e pajés.

 

Estava aproximando o momento esperado, o barulho da aeronave quebrava o silêncio da floresta naquela hora da tarde, o avião aterrissa no aeroporto federal, os turistas desembarcam no mesmo momento que estão recebidos pelos nativos com muitas festas e presentes para todos, Augustinho foi muito paparicados por todos visitantes, que agora não largam o menino por nada.

 

Os turistas visitam os lagos, os rios, conhecem as plantas medicinais, observa os costumes tribal, o preparo dos alimentos, o manejo das armas de caça. A aldeia ficaram muito contente com essa visita, o menino Augusto ficou amigos de todos e esses laços de amizades não podia ser interrompido naquele instante da partida, seu Brandão e sua esposa, o chefes condutor da romaria ficou alimentando as possibilidades de adotar aquele menino, sentia que não poderia levantar voo e deixar aquela criaturinha tão amável, as conversações foram expressas, o cacique dessa tribo, viu que não teria problema, Augustinho não pertencia a essa tribo, ele estava ali por acaso e gostaria muito de ser adotado, o Prefeito e a primeira dama de um município não muito distante da aldeia visitada, estaria levando para sua cidade, em seguida seria membro daquela família.

 

No horário daquela manhã aterrissa no aeroporto municipal da cidadezinha, a qual seu Brandão e sua esposa são os políticos mais importantes, administradores dessa localidade,     

 

cidade que a partir de agora Augustinho terá um lar e   crescerá tornando adulto no seio dessa família.