Conto 18 – Murmúrios e Poesias
Conto 18 – Murmúrios e Poesias
“ Eu me sentia um verme
Sentir-se um verme é talvez, o sentimento mais depreciativo que um indivíduo pode ter de si mesmo.
Alguma vez você já se sentiu assim?
Odiando a si mesmo, odiando estar ali na sua própria pele. Odiando o simples fato de ainda respirar. Tudo isso, porque você nasceu doente, maldito, insano. Porque a sua mente resolveu ser defeituosa, transtornada.
Uma pessoa tão ruim, podre, e doente. Merece mesmo o amor? Ou somente o inefável suicídio?
Na escuridão da minha alma, onde a névoa da tristeza se entrelaça com os espinhos da paranoia, caminho com passos pesados, carregados pelo peso invisível que oprime meu peito e dilacera minha alma.
Uma sinfonia de pensamentos tumultuados ressoa em minha mente, onde cada nota é uma lembrança dolorosa, um grito de ódio, uma sombra que me assombra.
A raiva fervilha em meu âmago, uma tempestade prestes a desabar sobre qualquer infortúnio que se atreva a cruzar meu caminho. E no meio desse caos interno, eu luto para encontrar uma brecha de luz, um vislumbre de esperança em meio à escuridão sufocante que me consome.
Deitado na cama inato ao nada, no Niilismo anti-filosofico de mim mesmo, me perco em pensamentos suicidas que se revelados trariam mais miséria ao mundo.
Mundo? Ah o que é o mundo, senão almas em retalhos tentando retalhar-se em imperfeições perfeitas.
Entre as sombras do meu ser, a culpa se enraíza, tecendo teias de autocondenação ao redor do meu coração. Cada suspiro é um eco do peso insuportável que carrego, uma constante lembrança da minha própria falibilidade e inadequação.
Meus olhos cansados refletem o fardo da minha existência marcada pela doença, onde a mera ideia de ser um fardo para os outros é uma ferida aberta que não cicatriza.
Cicatrizes não poéticas, mas sim vislumbres de uma alma doente e cansada. Abandonei a filosofia, amaldiçoei todos os Poetas, mas ainda estou aqui a murmurar (....)
- Gerson De Rodrigues in Contos & Goétia
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