Conto 17 – A Tapeçaria Invisível
Conto 17 – A Tapeçaria Invisível
No crepúsculo silencioso de uma praça antiga, um homem cego, de semblante sábio, senta-se em um banco de pedra desgastado. Seu rosto, marcado por tatuagens, reflete uma complexidade profunda. Ao seu lado, uma mulher surda, envolta em uma aura de poesia.
O filósofo, com mãos ágeis, tece palavras que flutuam no ar, desenhando conceitos sobre a fragilidade da existência.
A poetisa, com gestos graciosos, explora as nuances da linguagem visual, pintando com as mãos o poema que floresce em sua mente. Surda, porém não muda com uma voz doce, que emana a intensidade das emoções que ela expressa junto com as mãos.
Num diálogo que transcende barreiras sensoriais, o homem cego expõe sua visão contemplativa. A mulher surda responde com versos visuais e uma voz doce delineando o horror das emoções;
Filósofo Cego: Na escuridão que me envolve, encontro a luz da compreensão. A vida é uma tapeçaria complexa, e mesmo na cegueira, encontro beleza na trama imprevisível.
Poetisa Surda: (Expressão suave, mãos dançando no ar) A vida é um poema que se desenrola diante de nós. As vezes, o silêncio da dor é mais ensurdecedor que o som.
Filósofo Cego: (Inclina a cabeça, pensativo)A escuridão me ensinou que a verdadeira visão vai além dos olhos. Na busca pela razão, encontrei um propósito que transcende o Niilismo.
Poetisa Surda:( Em movimentos doces e suaves) A dor é uma paleta de cores, algumas que só conhecemos através das sombras. O Suicídio para mim, é uma esperança , uma visão do que eu não posso ver, porém sim, sentir.
Filósofo Cego: (Sorri, sereno)
A Cegueira me ensinou a abraçar a incerteza, a encontrar significado onde outros veem vazio. O suicídio, para mim, é negar a possibilidade de aprender e evoluir.
Poetisa Surda:( Movimentos bruscos e violentos) Então negarias a um homem doente o remédio para sua dor?
No crepúsculo silencioso, as palavras e gestos entrelaçados desses dois seres distintos criou um silêncio sinfônico.
O filósofo seguia em silêncio (...)
- Poetisa surda ( Movimentos bruscos e tristes)
Então por que negas a mim, o direito de morrer!?
- Gerson De Rodrigues in Contos & Goétia