VIAJANDO PELOS SERTÃOS
Dessa vez Zé de Sousa se prepara para voltar visitar seus familiares que ficaram nos distantes rincões desse país, localidades assim como de mostra os desenhos nos mapas geográficos.
Conforme as divisas territoriais, uma pequena aldeia, descrevendo sua terra natal que um dia deixadas para trás, se mudou para cidade grande, conhecer novos povos, novos costumes adquiridos nessas grandes cidades.
Zé é descendente de escravos de origens africanos, seus ancestrais sofreram os açoito da chibata presos ao tronco frentes as senzalas, uma mancha suja na história do nosso país, vestido de pele diferente da maioria desses homens imigrantes Europeus, orientais e ruivos dos Alemães, agora sentirá a dificuldade em se misturar em meio a essa sociedade racista, preconceituosa esquecendo que somos iguais na essências.
Chegando nessa capital desse estado, através de algumas informações concluiu que a jardineira rumo ao lugar mais turístico do desse país verde amarelo, partirá dentro de alguns minutos.
Zé de Sousa deixa o conforto de sua sala de trabalho para embarcar nessa aventura emocionante, diz ele que até poderia pegar um ônibus melhor, mais confortável ou até vias aéreas às cidades mais próximas desse ponto final, mas resolveu sentir a proximidade da natureza e aproveitando para fotografar algo interessante a beira dessas estradinhas de chão batido, infelizmente Zé de Souza foi mal informado, esse veículo de transporte passageiro é clandestino e as condições péssima de acomodações.
- Já fiz a burrada, agora tenho que aguentar. Disse ele em tom de arrependimento.
O ônibus, se é que posso chamar isso de veículo de passageiro, carregava todo tipo de gente, até os costumes desse povo interiorano viajava por esse destino.
Havia nas partes dos fundos dessa jardineira, gaiolas de passarinho, amarrada pelas duas pernas, algumas aves domésticas, fazendo altos cacarejos, até uma cachorra de pequeno porte presa pelo pescoço guiada por um pedaço de corda, dentre vários sacos de roupas superlotados substituindo malas de viajem empilhado nos cantos dessa embarcação, nesses espaços que sobravam às cantorias de alguns músicos, batendo bumbo, tocando pandeiro, sanfona e violão, atrapalhavam no corredores por onde usariam para se movimentar dentro dessa condução.
Logo depois de percorrerem um pouco mais da metade dessa viagem, Zé de Sousa já quase pedindo que parasse a condução pra depois descer e arrumar outro meio de transporte passageiros, felizmente no momento que o motorista condutor, sem perder a atenção nas trilhas de rodagens, disse com peito estufado, até parece que escutou os reclames de Zé quando dizia ao amigo do lado.
– aguardem mais um pouco para esse ponto final, a viagem é sacrificante, mas é isso que temos por enquanto, daqui a mais ou menos uns dois quilômetros daremos uma parada, estacionaremos a beira da estrada, teremos que arrumar a carga e esfriar o motor desse veículo por alguns instantes , se alguém precisar tirar a água do joelho, pode ficar à vontade, dá tempo, evite aquelas necessidades solidas mais demoradas, poderá atrasar muita a viagem, não temos toaletes a bordo, só as moitas e capinzal dessas paisagens poderão barrar a visão dos curiosos indivíduos de pescoço e olhares compridos que se nutre de situações como essas feitos a céus abertos, isso é o que temos a oferecer por momento.
- Ainda bem que não perdemos nenhum dos pneus, e o motor não deu aqueles pifes como das últimas viagens, parece que a revisão valeu a pena, santo mecânico. Disse o ajudante dando glórias pela viagem estar correndo em paz, conforme o que eles pensam.
Zé de Souza ouviu essa conversa particular do piloto e copiloto e ficou sobre alertado, nunca poderia ser mentira o rumo dessa prosa, pois eles eram os protagonistas principais dessa aventura, mas felizmente José de Souza ainda conseguiu voltar ao cochilo, difícil conseguir pestanejar dentro desse tumulto feito lata de sardinha coletiva de passageira.
A maioria desses passageiros saltaram porta fora no momento que o veículo parou, o moço que ajudava o motorista em alguns imprevistos a ponto de tomar o volante, correu foi logo colocar um calço nos pneus para ajudar o carro ficar parado, se diz, freios de arrumação, aqueles fulanos corriam se retorcendo procurando um lugar mais oculto para esvaziar a bexiga, não havia nesses capinzal altura que encobrisse um corpo, a vegetação era baixa, ainda que mais se encolhiam ficava a mostra da cintura pra cima, principalmente as mulheres, Dona Zeferina que tinha tanto ciúme de sua cachorra a levou arrastando pela corda até o local de sua micção, quando tudo terminou, desceu uma enxurrada de mijo nas margens dessa estrada, até a cachorra de dona Zeferina contribuiu para essa correnteza fedorenta, foi tão prolongada que até parecia a última mijada dessa animalesca, esse animal sofria nessa viajem estressante, dona Zeferina ainda conseguiu um vasilhame de água da correnteza da riozinho que passava ali pertinho dessa parada.
seu Chiquinho desceu por último devido sua idade avançada, terminou por derradeiro, o condutor acionou a buzina bem alto, seu Chiquinho veio correndo para retornar a seu lugar na poltrona dezessete, parece que nem terminou o desague, finalmente, medo de ficar para trás interrompeu o que estava fazendo, depois de alguns minutos precioso dessa jornada, ainda concluiu o abotoamento da braguilha, notava-se e ficou provado que o pobre idoso deixou o serviço pela metade, molhou as calças, pensou que tinha terminado, mas ainda tinha muita urina a esvaziar, no momento de se acomodar em seu lugar que para ele achava-se confortável.
O moço foi correndo, saltou fora dessa condução, foi retirar os calços dos pneus para a viagem prosseguir.
O motorista lá dos comandos da cabine, gritou alto - Estão todos aí? posso seguir em frente? sendo que tá tudo OK vamos retomar essa viagem, bora.
Enquanto aquela velha condução deslizava, obedecia as curvas dessa estrada, subidas e decidas em ladeiras, enquanto alguns mais animados ocupante desse pau de arara gritavam viva tocavam violão, um senhor nanico de estatura bem pequena, puxava o fole de um velha sanfona, até batiam no pandeiro, e se animavam quando jogavam goela a baixo copos e copos de umas cachacinhas saborosas, isso para a viagem ficar mais divertidas e esquecerem as dores da vida. Incrível que sincronismo, as três galinhas de dona Mira resolveram botar seus ovos simultaneamente, acho que essas aves estavam superes estressadas devido essa desarrumação, essa dona dessas galinhas recolheram os três ovos, colocou dentro de uma cestinha que levava no colo.
Quando a cachaça começou a fazer efeitos naquelas cabeças tontas, as gritarias nas cantigas aumentaram o volume, muitos passageiros ficaram perturbados, reclamaram com o motorista foi logo gritando:
- Ei, vamos parar com essas bagunças aí, senão vou colocar todos para fora, se bagunçar terão que ir a pé, apesar que por essas bandas existem muitas onças famintas, vocês poderão servir de um belo banque para essas felinas. Tomem cuidado com suas vidas, seus pinguços infelizes de uma figa.
Dona Egsmunda, levantou-se, deu seu lugar para a menina, filha de dona Joana que no momento viajava sentada no colo de sua mãe, já estava grandinha para esses apegos maternos, começou a pesar, depois dona Egsmunda retoma seu lugar e a menina volta para o colo de sua mãe.
Em dado momento em que as confusões estava em alta, dona Egsmunda retirou de um embornal; pequeno saco de guardar trecos que se carrega ao pescoço, abriu esse compartimento para viaje, retirou um livro de capa preta de dorso largo nutrido de milhares de páginas, começou a ler e ditar alguns números, capítulos e versículos, falava alto e gesticulava, dizia que o senhor dos céus viria para libertar todos das agruras e sofrimento, usando de seus proselitismo convidando todos a visitarem a igreja a qual ela frequentava, lógico que com uma oportunidade como essa ela não deixaria de usar de seus proselitismo, as vezes até contrariando os de fé diferente, Maneco já disse negando qualquer tipo de insistência, soluçando exalando um mau odor de aguardente, puro álcool etílico, mesmo que arrastando as palavras devido seu estado de embriaguez:
- Eu não vou, sou umbandista, tenho meus guias e companheiros espirituais, nessas igrejinhas eles não entram, ainda disse por final:
– Salve meu Zé Pelintra, castigue essa mulher faladeira.
Nesse exato momento dona Egsmunda sofreu alguns transtorno, a entidade obedeceu seu Maneco começando uma grande confusão, enquanto o senhor Bartolo deixou o pequeno zabumba posto no chão do corredor desse ônibus, somente para ingerir um copo de pinga, súbito várias capivaras atravessaram a estrada, eram muitas delas, o motorista do ônibus deu uma parada brusca nesse veículo, alguns que estava de pé na parte da frente, foram parar lá nos fundos onde acontecia a cantoria, formando um grande reboliço, ficaram amontoados. Dona Egsmunda desequilibrou, estava com as duas mãos segurando o tal livros de capítulos e versículos religiosas, no momento desse solavanco acabou caindo sentada em cima do zabumbo do senhor Bartolo e cantadores, estourou o coro desse instrumento, seu Bartolo ficou puto de raiva, trabalheira pior foi retirar o zabumbo que encaixou na bunda de dona Egsmunda no momento que se desequilibrou e caiu, o livro que ela dizia ser santo, que ela lia e se apresentava a todos, no impacto foi parar longe, enquanto que gritava aos desespero por estar vestido por esse instrumento de percussão, mas logo deram um jeitinho a brasileira, um dos homens forçudos seguraram na cabeça de dona Egsmunda apertando entre seus joelhos, uma cena horrível, enquanto que um dos sujeitos com muita determinação puxava o instrumento de couro, pronto!... Saiu! até que enfim, quase que a bunda de dona Egsmunda foi junto com a força desses homens, mas conseguiram desencachar a parte dessa orquestra da bunda de dona Egsmunda... bumbum que bateu no bumba. Assim segue a viagem.
Seu Geraldo já estava de cuca cheia, mais pra lá do que pra cá, não gostou em nada com o que o condutor disse corrigindo, começou os xingamentos, palavrões pra todos os lados, dizendo sem provas que a esposa do motorista já o traiu, sempre foi um marido traído e ainda procurando mais confusão continuou em voz alta, quem estiver se doendo por ele também é corno, quando disse isso, logo levou um pescoção, um sopapo na nuca, seu Geraldo bateu com a cabeça em um dos ferros de reforços da carroceria desse veículo de transportes de passageiros, ficou um pouco atordoado, se enfureceu batendo por todos lados, aí a coisa ficou feia, o ajudante do motorista se apossou das madeira que servia para calçar os pneus, tacou em direção de um dos brigões, o tal se desviou evitando que acertasse, aquele que seria o alvo do ajudante do condutor, todos se desviaram da madeira arremessada, dentre esses passageiros, nenhum foram alvejados, mas porem, com tudo quem pagou o pato foi a cadela de dona Zeferina, a madeira acertou a pata traseira daquela inocente criatura, que no momento gritava, latia parecia que dizia; algo sobre o irmão de Abel
Logo senhor Geraldo pretendia revidar mas não achou nada para tacar contra os dois da frente do ônibus dirigiam essa geringonça de ferro velhos e pneus, mas com muita rapidez e agilidade fenomenal tomou de dona Mira em situações quase forçadas, os três ovos que as galinhas teriam botados a poucos minutos, com essas únicas armas em mãos, começou arremessar aqueles ovos em direção da cabine desse condutor e grande foi a surpresa, enquanto essa condução estava em movimento ladeira a baixo com o perigo eminente, irritado com a muvuca, virou o pescoço para acalmar os encrenqueiros, dizendo algumas frases mandando aqueles indivíduos tomar no caneco, caneco que significa um dos quatros orifícios do corpo humano, pelo que o qual se referem é usado para evacuar os resíduos intestinais, enquanto alguns desobedecem a via única indo para os lados promíscuos de fornicações, visto como alta censura.
Pela segunda vez, olhando para trás dizendo algumas palavras, enquanto em sua direção vinha um ovo rasgando espaço, seu Geraldo arremessou impondo toda sua força possível, impulsionando tal qual um jogador, uma bola de Beisebol em um jogo tumultuado.
Esse ovo que no momento servia como munição desses desentendimentos, nesse minuto exato veio espatifar bem na cara desse motorista, tapando toda a visão desse condutor, resultado dessa guerra de objetos, enquanto as galinhas cacarejavam, e em meio a gritarias de perigos, o ônibus foi se chocar no barranco daquela estrada, os passageiros caíram todos amontoados nas partes do fundo dessa carroceria de passageiro, ficaram feridos, dona Mira proprietária das galinhas ficou desacordada pelo susto que levou, sofreu um passamento, dentre os humanos transportados se salvaram todos, só com pequenas escoriações, mas a cachorra de dona Severina veia a falecer no momento do impacto, alguns objetos pesados que fazia parte desse transporte, a prensaram, morreu entre vários latidos e granidos, dona Zeferina lamentou muito a morte de sua cadela de estimação, alguém soltou as galinhas de dona Mira, escaparam pelas portas dos fundos e sumiram no meio de uma lavora de milhos, que já haviam feito as colheitas, certeza, nem em um século dessa existência essas galináceas conseguirá comer todos os grãos de milhos e as espigas que na colheita essas máquinas deixam para atrás, em meio a esse ambiente de tristeza e comoção, descarregaram o corpo da cadela já falecida, ficou na beira da estrada, incrível que essa dona da falecida canina queria e insistia em transladar o corpo desse animal doméstico até o ponto final desse trajeto, mas todos foram contra essa reivindicação de dona Zeferina que dizia que seu desejo era de sepultar ali nas proximidades de sua casa em meio seus animais domésticos já falecido.
Zé de Sousa é natural das comunidade quilombola, ele estava aproveitando essa viaje para voltar a sua terra natal, visitar seus pais e reviver seus amigos de infância, presenciar novamente os lugares que brincavam quando criança, até nadar nos lagos de grandes pescarias, Zé já estava chegando, faltava alguns cento e cinquentas quilômetros, nesse momento muitas saudades de seus pais e irmãos, apesar desse regresso se repete todos os anos, ele é o mais velho dos irmãos, uma mocinha e um rapaz, ambos também empenhado estudares os cursos superiores e conseguirem se formarem, próximo ano da início em uma faculdade, já está terminando o último anos do primário, Zé dará hospedagem em sua casa, acolherá seus dois irmãos até que se formem, a mocinha pretende jornalismo; Luára tem uma profunda admiração pelo jornalismo, Benevides o prefere a biologia, gosta muito desse tema química farmacológica.
Zé de Souza depois que cumprimentou seus irmão e mãe tentava perguntar de seu pai, sua mãe muito ansiosa e eufórica pela visita do filho vindo da cidade grande, conversava muito, não deixava Zé de Souza perguntar de seu pai, sua mãe interrompia as indagações, o rapaz ficou preocupado, suspeitava que algo havia acontecido com seu pai, mas logo conseguiu perguntar para sua mãe onde estaria seu pai, ai a pergunta foi feita, sua mãe o pegou pelo braço e levou até a frente da casa, apontou com o dedo e disse;- você tá vendo aquela casa lá na ladeira, está destelhada, seu pai tá lá, ajudando esse nosso vizinho a repor o telhado, ouve um temporal causando alguns desmoronamento nessas casebres, esse costumes de irmão comunitário ainda continua, sempre estamos prestando ajuda assim que necessitarem aos nossos irmãos quilombolas, vá até lá, seu pai está com muita saudade de você meu filho.
- Sim minha mãe, logo depois que tomar esse seu café, estarei indo lá para abraçar meu pai querido que tanto amo.
Zé de Souza logo depois que engulo os últimos goles de café, saiu ao encontro de seu pai, não poupou de esforços, saiu correndo per aqueles campos, os mesmos que vivia em criança e em poucos instante chega ao lugar onde seu pai trabalhava, com muito humor e brincadeira, chega quase debaixo desse telhado e disse em tom de fanfarrice:
- Ei, o senhor aí que está em cima desse telhado, peso que desça já daí.
O pai de Jose de Souza não estava fazendo ligação da voz a pessoa e respondeu:
- Já sei, alguém da capital que vio aqui na comunidade nos importunar com regras e regimes dificultando o dia a dia de nossos irmãos Quilombolas.
O pai de Zé de Souza desceu desse telhado para se prontificar, quando ele olhou no rosto desse homem que exigiu que descesse, foi logo reconhecendo.
- Mas você é meu filho, agora você virou fiscal do governo, está contra mim meu filho, agora vai incomodar a comunidade? disse o pai do rapaz até preocupado.
- Logico que não meu pai, só estou fazendo uma brincadeira, me dê um abraço aqui, eu vim para ficar alguns dias nesse final de ano, e agora que meus dois irmãos já está apto a fazer uma faculdade, vou leva-los comigo a partir desse começo de ano que está para começar daqui a poucos dias, quero ver meus irmãos formados, assim como eu e isso é certo, vou dar todo apoio eles vão morar comigo, vou dar tudo que eles precisarem, minha casa é grande e muito confortável, daqui uns seis a oito anos retornaremos, aí você perceberá os dois filhos formado, não me importo em gastar quanto quer que seja com esses meus irmãos, agora com as facilidades desse governo e o projeto de cotas para negros conseguiremos alcançar nossos objetivos.
Nesse quase final de semana a casa do senhor pai de José de Souza ficou quase vazia, foi logo após a irmã e o irmão de José de Souza fazer suas transferências no colégio onde estudava, na cidade ali do lado que tudo ficaram confirmado, agora não só Zé saiu de casa para buscar melhores condições de vida, seus dois irmãos também seguiram viagem com destino a capital, assim que chegarem ingressarão em cursos em faculdades estarão se formando daí uns cinco anos, Luára e Benevides morando com seu irmão Afro descendente.