(Imagem do Google)
Ordem de pai
Nos finais de semana e férias escolares ,ficávamos em nossa pequena propriedade rural bem perto de Abaeté. Papai em sua labuta diária, sempre bem disposto, levantava-se aos primeiros raios solares, cuidava de seus afazeres , conduzia sua charrete à cidade levando o leite de cada dia.
Aos cuidados de mamãe, andávamos nas enxurradas, balançávamos nas cercas do curral, degustávamos as frutas fresquinhas sazonais, fiscalizávamos se o indez estava nos ninhos das galinhas, imitávamos a galinha d'angola , embora o príncipe do terreiro fosse meu galinho garnizé, como era topetudo!
A chegada de papai com balas e raramente chocolates estendia o amor das filhas.
Numa dessas chegadas sem uma guloseima sequer, disse-me:
- Cê e sua irmã vão à cidade na charrete pagar a conta de luz, hoje é o último dia , esqueci completamente.
A conta de energia referia-se à casa da cidade pois naquela época não havia energia elétrica em grande parte das zonas rurais.
Não contestávamos papai, mamãe muito apreensiva, dizia-nos:
-Cuidado, muito cuidado!
Fomos minha irmã e eu. Ao apossar-me das rédeas, não saberia precisar a sensação que tive, lembro-me somente do meu vestido azul-marinho, e da felicidade de minha irmã Regina como se estivesse num conto de fadas.
O trajeto foi tortuoso, Vaga-lume era cúmplice de seu dono e já havia determinado que não obedeceria aos novos comandos.
Pelos caminhos, vizinhos solidários nos socorreram nesta aventura inesquecível.
Quiça seja essa uma das razões pela minha empatia aos cavalos. Vejo-os elegantes, livres, Charmosos.
Há poucos dias de sua partida,papai acamado em seu quarto, disse-me:
- Sabe o quê tô pensando?
- Ocê não pudia ter ido com sua irmã sozinha na charrete, onde eu tava com a minha cabeça?
Respondi-lhe segurando sua mão.
Esqueça isso papai, não há melhor sensação que a de liberdade, seja ela em qualquer idade.
Sorrimos com os olhos...
Aos cuidados de mamãe, andávamos nas enxurradas, balançávamos nas cercas do curral, degustávamos as frutas fresquinhas sazonais, fiscalizávamos se o indez estava nos ninhos das galinhas, imitávamos a galinha d'angola , embora o príncipe do terreiro fosse meu galinho garnizé, como era topetudo!
A chegada de papai com balas e raramente chocolates estendia o amor das filhas.
Numa dessas chegadas sem uma guloseima sequer, disse-me:
- Cê e sua irmã vão à cidade na charrete pagar a conta de luz, hoje é o último dia , esqueci completamente.
A conta de energia referia-se à casa da cidade pois naquela época não havia energia elétrica em grande parte das zonas rurais.
Não contestávamos papai, mamãe muito apreensiva, dizia-nos:
-Cuidado, muito cuidado!
Fomos minha irmã e eu. Ao apossar-me das rédeas, não saberia precisar a sensação que tive, lembro-me somente do meu vestido azul-marinho, e da felicidade de minha irmã Regina como se estivesse num conto de fadas.
O trajeto foi tortuoso, Vaga-lume era cúmplice de seu dono e já havia determinado que não obedeceria aos novos comandos.
Pelos caminhos, vizinhos solidários nos socorreram nesta aventura inesquecível.
Quiça seja essa uma das razões pela minha empatia aos cavalos. Vejo-os elegantes, livres, Charmosos.
Há poucos dias de sua partida,papai acamado em seu quarto, disse-me:
- Sabe o quê tô pensando?
- Ocê não pudia ter ido com sua irmã sozinha na charrete, onde eu tava com a minha cabeça?
Respondi-lhe segurando sua mão.
Esqueça isso papai, não há melhor sensação que a de liberdade, seja ela em qualquer idade.
Sorrimos com os olhos...