Tudo que restou de Silvia guardei para sempre no meu coração

...certo dia eu em companhia de meu pai viajamos para esta cidade vizinha deste lugar em que morávamos. Depois que meu pai resolveu todos os compromissos dirigimos a casa de seu Toninho meu padrinho que  havia falecido  alguns anos, fizemos a nossa visita em qual revi minha madrinha viúva de seu Toninho que  fazia alguns tempos que não a via.

Seu Alcebides tio de Silvia e espécie assim de irmão adotivo de dona Adélia, parentesco distantes, morava bem próximo dali.

Enquanto meu pai conversava com a esposa de meu padrinho Toninho já falecido; eu não resisti as vontades de chegar até lá onde estava o caminhão Chevrolet de propriedade de seu Alcebides e que tantas vezes estacionou bem  nas proximidades onde eu morava, nos dias atuais ele se encontra estático,  dês de sua última viagem ali estacionado, seu condutor ficou deprimido e contraiu um doença a qual o levou a morte, dizem o pessoal de sua mais íntima vivencia que seu Alcebides depois do acidente que levou a morte de sua sobrinha nunca mais  foi o mesmo, ficou muito abatido com isso, se admitindo culpado e até acabou por contrair uma doença incurável a qual o levou a o falecimento, nunca mais foi aquela pessoa tão alegre que demostrava tanta disposição para viver. Hoje esse velho caminhão ainda continua estacionado neste mesmo local em que foi deixado neste último dia de viagem.


Eu perdi dois grandes amigos e a minha querida e apaixonada Silvia que para sempre estará incutida em minha mente.
Neste momento fiquei de frente a aquela cena de completa desolação; A cabine e os chassis ainda sustentavam sobre os pneus que ainda restava acoplado ao aro; vazio mais ainda estava lá em seus devidos lugar paralisado já alguns mais de dez anos. Esta parafernália mecânica que me causou aquela tão grande dor pela perca de minha garota; Silvia.  
Postei-me diante da aquela cena tão melancólica, fiquei por algum minuto recordando aquela tragédia que tanto me marcou, fui transformando, e a pouco tomado por uma tristeza muito grande, os meus olhos marejaram, as lágrimas parece que insistia em me maltratar com estes pingos que escorria pelo meu rosto.

Este velho caminhão resultado destes meus sofrimentos eterno, a saudade invadiu meu peito, apesar de tão invalida aquela carcaça de carro eu tinha a impressão que ele estava rindo de meus sofrimentos.
Cheio de ferrugem e coberto pelas folhagens que nasceram durante este tempo tão massacrante, o vento e as chuvas molharam aquelas latarias que no momento se encontra todas enferrujadas.
Chevrolet modelo do ano de mil novecentos e sessenta e... Não me recordo mais com precisão a época de fabricação.
Visualizei bem os compartimentos que acomodava o motorista e o banco do carona, o volante; ai logo me veio em mente muitos sentimentos torpes por lembrar que a minha querida Silvia esteve ali sentada nestes bancos que agora só restou às ferragens e as molas saltadas das dos parafusos. 
Seu semblante com certeza irradiando o ambiente de alegria a qual ela possuía com abundância, confesso que senti um desconforto muito grande em meu coração, fiquei possuído por algo que me instigava e me deixando cheio de revolta por não conseguir traze-la de volta ao meu convívio.

vivi com saudades estes acontecimentos aos quais marcaram minha vida.
Enquanto isto meu pai reportava aos noticias lá de onde nos morávamos, dizia comentando a vida no campo.
Antes de me retirar deste ambiente de eternas saudades, parei de frente daquele para-choque para dar as derradeiras olhadelas neste resto de ferros velhos, que sobraram daquele caminhão que me causou tantas desolações, enfurecido com a aquela situação de tantas indignações apliquei uns três golpes de ponta pés na lataria envelhecida deste mostrengo malvado que levou o grande amor de minha vida por estas estradas infindáveis e para sempre. 

Antonio Herrero Portilho/ Março de 2010.

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 13/03/2019
Reeditado em 15/01/2022
Código do texto: T6597186
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