Mistério entre capas e contra-capas
                      (Infanto-juvenil )


Seu Guilherme essa manhã depois de uma noite de sono intenso, tomou todas as providências nos afazeres desse dia que começa, terminando de fazer seu café segurando uma caneca de louça dirigia-se pela casa, tomou o corredor  que dá para a biblioteca para terminar de fazer sua simples e primeira refeição, assistindo ao jornalismo visto pela televisão ainda pela madrugada.
Quando seu Guilherme abre a porta desse seu cômodo logo percebe os rastos pela casa, parecia que os pés desse desertor estavam manchados de tinta vermelha de urucum, o bom velhinho escritor logo percebeu que novamente houve uma evasão de personagens, fugiu das páginas dos livros, dessa vez o velho Guilherme se surpreendeu o fujão era um de seus personagens de nome Jão do Fogo, um de seus preferidos, ele ficou preocupado, caso o tal fujão resolve trazer a tona sua personalidade por aí, pode dar a maior confusão, conforme as piadinhas das meninadas brincar com fogo faz xixi na cama, bem se fosse só isso nada anormal, é que esse personagem criado pelo seu Guilherme tinha as características de super-herói, vingador, protetor dos mais fracos, Jão do Fogo comprava qualquer briga, combatia o seus algozes lançando chamas pelas pontas dos dedos, palma da mão, soltava labaredas pela boca, era violento com os adversários combatentes parecia um homem dragão.
O velho escritor saiu seguindo os passos dês da biblioteca, estava convicto que estaria fácil encontrar o bruta monstro, mas ambos tomaram caminhos contrários,  perdeu as pegadas logo que saiu pelo portão da rua, resolveu pegar sua condução para chegar mais rápido e evitar qualquer que seja loucura que esse personagem podera causar, tomou o rumo das montanhas, mas Jão foi para a pracinha dessa cidade acertar contas com seus artistas dos cantos, ele deu vida a esse personagens, enquanto que os outros escritores de cordel acrescentava um monte de mentiras a respeito de Jão do fogo, esses cordelistas faturavam alto aos custos desse personagens tão lendário do lugar, os livretos de cordel ficavam todos expostos em um cordão esticado na praça, se apresentava com figuras simples de xilogravura e Jão do fogo era o que mais vendia, tantas histórias de meia noite que inventaram que o povo até ficava assustados só de falar em Jão do Fogo, mas na verdade Jão era outra pessoa, não se tratava de nenhuma sombração que assustava as crianças e velhos do lugar, ele tomou a rua principal daquela cidade estava indo em busca dos cantadores que ensaiavam no coreto da praça principal.  
Dona Francisca abriu a portinhola e saiu na sacada, ficou muito assustada quando deu de frente para aquela figura de estatura grande e humana desfilando de cara feia por aquelas ruas e vielas. Todos habitantes daquela cidade temia a volta dele, muitas lendas enchia as páginas daqueles livros e livretos de cordel, os repentistas e cordelistas de rua sempre trovavam a respeito desse personagem popular, enquanto alguns moradores desse lugar o temiam, outros sonhavam em topar cara a cara com essa temível criatura, tinha essa intenção como desafio de mostrador de coragem.  ele tinha a pele vermelha como estivesse se banhado em um tonel de urucum; fisionomia estranha, a princípio parece que transmitia uma imagem de atmosferas diabólica. Jão do fogo como era chamado nos livros e toda a literatura de cordel, nome esse por possuir um poder estranho ás realidades da vida normal dos humanos, até agora a pouco, ele foi só uma figura imaginativa dos romances e rimados da poesia popular, nessa cidade havia muitos desses artistas repentistas que recitavam esses cantores dizendo proezas em versos e prosas, todos os dias tinha um festival de violeiros cantador.
 Nos braços daquelas violas podiam expressar qualquer tema, até falar mal a família do desafiante, tudo era válido, até descrever a popularidade da esposa em atos libidinosos, ser corno era a palavra mais provocante, mas por lei e acordo entre eles não podia criar confusão, teria que aguentar os ataques a moral, deveria continuar com a amizade sem ser abalada.  Enquanto que algumas quinzenas de pessoas estavam ali perto do coreto da cidade assistindo o que era apenas um ensaio, veja quem vai se aproximando daquelas poucas pessoas assistentes, o próprio, ele o mais contestável Jão do fogo, todos ali continuaram destacados, mas incomodados com a presença daquele ser horripilante.
Seu Chiquinho do cavaco enquanto arranhava seu pequeno instrumento também usava de sua potente voz que no momento editava versos fazendo referências a esse lendário ser inesistente para a vida real, dizia muitas proezas em exaltação tão elevada que o próprio Jão não gostou, correu lá na frente de todos e disse em alto e bom som enquanto indignava com tantos exageros e falácias, firmou presença em um dos degraus do piso subindo mais alto que a pequena plateia e forçando a garganta disse:
- Atenção gente aqui presente, menos, menos, menos, não sou isso que tantos escrevem e recitam me historiando assim com essas valentias sem medidas, sou pessoa simples, não inventem... Tenho aqui meus superpoder, mas, porém não os usos para vinganças e nem tão pouco exibições demostrando especial diante dos meus semelhantes, só se o caso se tornar muito implicante me tirando do sério, aí não havendo alternativa uso-me de minhas forças.                                                                      Aquelas dezenas de pessoas que estavam ali na pracinha fizeram calorosa salva de palmas, alguns ainda não se contendo, tomados de grandes euforias estufaram o peito e disseram em gritarias – Jão é nosso herói, viva Jão do Fogo. Rapidamente  se viu cercado de populares, pessoas querendo o abraçar e cumprimentar,  grande tumulto se formou naquele lugar, muitos gritos de guerra e palavras de ordem em defesa desse simples herói.
Sem demora a polícia daquele distrito marcou presença, mandou que todo se dispersasse, o proposito dos policiais era mesmo capturar Jão do Fogo, mas ele resistiu à prisão, foi um grande alvoroço naquela pracinha, agora é hora de Jão usar seus poderes extranormais... Pediu que seus amigos se ar retirasse, que deixasse sozinho, que sozinho derrotaria todos aqueles inimigos.
Um policial de estatura média e até que desqualificado para a função de soldado de mostrando muita bravura  deu alguns passos em direção do grandão avermelhado, ele possuia um corpo enorme, altura desproporcional 2.10 esticou o braço forte como um robô, o levantou do chão pego pelo colarinho atirou em um canteiro de flores nascido em uma moita de sapê. O pequeno homem caiu rolando como uma abobora madura, feito isso  mostrou os músculos e bradou um grito forte exibindo pela boca e narinas grandes e compridas labaredas vermelha e azul como o fogo de um maçarico. Todos assistentes e plateias se afastaram, abriram o círculo que arrodeava o grande herói. Tinha uma guria aí de uns dezenove anos, a mais conhecida entre os turistas homens que por essa cidade passava em viagem, em motivo de empolgação ousou aproximar do grande personagem,  queria apenas se se aparecer diante da plateia, mas coitada foi muito infeliz, se saiu mal, Jão percebendo o assanhamento da moça, moça se é isso que podemos dizer,  não gostou  e foi logo lançando uma língua de fogo no traseiro da periguete de pequeno porte, saiu com a bunda quase queimada se afastando dali aos gritos soltando fumaça com cheiro de carne assada, todos ali presente riram em infinitas gargalhadas, parece que o circo estava armado. Tudo que seu Guilherme escreveu enriquecendo esse personagem saído das páginas dos livros, agora estava acontecendo ao vivo e a cores naturais, periga ele praticar todos os seus superes poderes em que seu Guilherme o qualificou, pode até provocar um caos nessa cidade.
Enquanto isso Sr. Guilherme desiste da procura nas regiões montanhosa, Jão do Fogo não estava lá, percebeu que seu personagem fujão tinha tomado outra direção, foi para a pracinha central da cidade e nestas alturas dos acontecimentos muita desordem estava acontecendo por conta de Jão do Fogo. Seu Guilherme voltou alguns quinhentos metros de seu ponto final de procura, frustrado e preocupado com essa escapada o velho escritor sentia-se urgência em resolver esse problema temendo que muita catástrofe puder acontecer com seu poder e força. Jão do fogo teria que voltar rapidamente para as entre capas desse livro, único recurso a ser tomado, Foi até seu Jeep que estava estacionado de baixo de uma frondosa árvore e executando algumas manobras volta para casa, para tomar outros rumos logo que botar a cabeça no lugar certo.
Logo chegando à cidade seu Guilherme foi informado pelo radio que esse seu personagem fugido da história de seu livro praticava grandes tumultos no centro daquela cidadezinha Jão do Fogo só obedecia a seu criador o velho escritor, assim chegando á pracinha parece que aparentava com um cenário de guerra, logo o velho grita em voz de comando em som alto pedindo que o pequeno monstro pare Jão obedece e começa a se acalmar. Senhor seu criador exige que ele desvire as viaturas em que ele virou e refaça os estragos.
Tudo ficou apaziguado e a vida voltou a normalidade, Jão segue os passos de seu Guilherme acompanhando até a residência, chega e volta novamente para as páginas desse livro escrito pelo seu Guilherme.
As inspirações desse escritor corre o risco de ser esvaziada por total, primeira começou com o livrinho das crianças que narrava a história de Pedro e o Lobo, agora esse personagem monstruoso, seu Guilherme terá que ter atenção redobrada. Agora todos poderá foliar as páginas desse livro, os cordelistas fazer suas narrativas esboçando as verdades sobre Jão do Fogo antes que ele se torne furioso e se safe novamente dessas capas e contra capas exposta na estante.
Agora o Jornalismo apresentado na TV essa madrugada já terminou, Seu Guilherme acordou meio que zonzo, mesmo que a noite foi preenchida  de todo sono, ele voltou a dormir e sonhar com suas inspirações, um outro mundo o abdusiu e o levou para bem além da imaginação, na cadeira próxima a escrivaninha ainda estava lá um resto de leite na caneca de louça, mas frio, o ar condicionado o esfriou, o velho agora volta a sua rotina, as flores do jardim de inverno que mostravam pela vidraça precisava dos cuidados do bom velhinho, uma pequena chuva de regador, isso que ele presenteava as plantas todas as manhãs.
    (Antônio Herrero Portilho. 17/12/2018.)