A hora do adeus.
A Menina deu um lenço para as lágrimas de sua Mulher e a avisou em alto e bom som:
- Chegou a hora.
- Mas é tão difícil! - soluçou a Mulher.
- Você já conseguiu antes, lembra? Chama a coragem! - Respondeu sorrindo.
- Tão nova e ainda me ensina. - suspirou esperançosa a Mulher.
- Somos feitas da mesma essência. Mas eu preciso dos seus pés e você da minha simplicidade de pensamentos.- sorriu novamente a Menina, ajeitando sua franja rebelde.
- Conseguiremos. Sempre conseguimos. Vamos lá!- respondeu a Mulher.
Era chegada a hora do adeus que não queria ser dado.
Mas ambas sabiam que mereciam mais do que momentos escassos de alegria.
Sacudiram a poeira dos pés e voltaram para a estrada que conheciam, pois aquela parada que ficaram por quatro meses já se fazia inóspita demais para a busca de sua felicidade.
O alívio da decisão invadiu seu coração e ela percebeu que havia escolhido certo.
Pois em algum momento, o amor que não seria ego nem apego chegaria.
E Dona Vida pediu para avisar que não era necessária a aflição.
Pois o Sr Tempo o traria na hora certa.
E a Mulher entenderia que tudo o que viveu antes seria um mero treino para a alegria genuína de compartilhar seu mundo com alguém que o merecesse.