Leiva na Serra do Mar cap. II
Numa festa local, Leiva estava com alguns conhecidos saboreando um copo de vinho, era uma festa religiosa e todos se confraternizavam levando seus familiares até o páteo da pequena capela, onde era montado um pequeno palco. Ali se apresentavam artistas locais,e convidados, cantando e tocando seus instrumentos musicais, Leiva estava encantado com aquela simplicidade e aquela espontaneidade daquele povo onde ricos e pobres se entrosavam numa confraternização natural.
Leiva, você esta gostando? Disse Celso, dono da cafeteria.
Sim, está muito bonito e tem muitos artistas locais que sabem tocar viola de um modo que eu nunca vi.
Eles são famosos, acompanham duplas caipiras pelo Brasil afora e quando tem uma folguinha voltam à terra natal.
Daqui saíram muita gente?
Sim, jovens quando atingem uma idade de dezoito anos, saem em busca de outros centros, onde podem encontrar novas oportunidades.
Mas aqui é tão bom, com tanta terra para cultivar, e outras áreas onde podem fazer queijo, salame, linguiça etc.
Sim, você tem razão mas eles querem passear num grande shopping, ver uma partida de futebol ao vivo, e é claro todos tem parentes, tios, cunhados que vivem nesses locais urbanos que lhes oferecem pousada.
O senhor quer um bolinho de mandioca?
Leiva se virou e viu lindas mãos segurando uma rustica bandeja de palha de milho com bolinhos de mandioca e carne de galinha, olhou para os olhos da moça e ficou encantado, ela repetiu, o senhor quer um:
Sim disse ele, como é seu nome?
Rosa, trabalho na casa do seu Roque onde o senhor consertou o computador dele a semana passada.
Ele está aqui?
Sim está do outro lado, tenha um bom proveito. E se afastou;
Leiva levou o bolinho à boca e sentiu o sabor único da mandioca e do perfume da Rosa.
Procurou ver onde estava o Roque pediu licença ao Celso e foi ao seu encalço.
Boa noite Roque tudo bem?
Boa noite Leiva, sim, que bom encontrar você, esta gostando?
Sim, a Rosa me ofereceu um bolinho de mandioca, e me disse que você aqui estava.
Cheguei à pouco de São Paulo, fui ver minha filha que esta na faculdade de medicina, minha esposa ficou lá e passando por aqui não quis perder a oportunidade.
E a Rosa o que faz em sua casa?
Ela é filha do caseiro, tem vinte anos, e ajuda minha esposa nas funções domesticas muito comum aqui.
Eu a achei encantadora, queria mais informações sobre ela..
Bem ela é natural daqui, fez os cursos elementares e chegou até o ginasial depois optou em ganhar alguns trocados ajudando a Katia,minha esposa, e assim vai ajudando seus pais, que trabalham na roça, onde planto café.
Ela tem namorado?
Acredito que não, pois nunca a vi falando com Katia sobre sua vida amorosa, e aqui como você sabe a juventude se manda pra cidade grande.
Aqui esta o telefone da família dela, pode dizer que fui eu que dei.
Muito obrigado Roque,.
Sucesso, respondeu Roque a Leiva.
Voltando para a casa humilde que havia alugado, estava se trocando preparando para dormir, e Rosa não lhe saía do pensamento.
Deitou e se imaginando passeando com ela pelos caminhos que mostravam a montanha e os vales ao seu redor, adormeceu, num instante.
No domingo bem cedo se preparou para sair, e no seu pensamento Rosa voltou com seus olhos límpidos e profundo, fechou a porta e quando ia se dirigindo ao portão, viu Rosa o esperando.
Bom dia, você mora aqui?
Sim E você está de passagem?
Sim hoje fazem uma espécie de missa e todos vão participar da mesma.
Vamos também?
Será um prazer, e assim os dois foram caminhando pela estradinha florida vendo a montanha rodeada de neblina se evaporando...