Livre associação surrealista
Para ler depois de ver a pintura A persistência da memória, de Salvador Dalí
Felicidade. Abstração.
Tomar um chá gelado ouvindo Elza Soares.
Dançar um tango argentino comendo batata frita com champanhe.
A felicidade como sua amante.
Segredo feito pelas das nuvens.
O tempo não existe nessa matilha de cães famintos.
Felicidade, sua amante esculpida.
Entrou em um bazar. Óculos de lentes azuis.
Um degrau. Um par de pernas mal ajustadas a sandalinha marrom-lodo.
Descobriu a felicidade no momento em que suas têmporas eram perfuradas por pedras pontiagudas.
Ensanguentado.
Brindar com Coca-Cola a inexistência da razão em seus sonhos: seu rosto eram riscos coloridos embaralhados como as varetas de um jogo de varetas.