AQUELE OLHAR...
          (conto sensual)

Tentei
Só Deus sabe como tentei
Resisti o quanto pude
Enfim, sucumbi, àquela paixão
Você passava todos os dias naquela praça
Me olhava, com aquele olhar, que despe a gente
Linda de se admirar, com um corpo jovem, escultural
Eu, já mais maduro, calejado de desamores, não queria mais arriscar
Apesar disso, já estava ficando mexido, com aquele desafio voraz
Todos os dias, eu parava naquela praça, para fazer um lanche
E você, também passava instigante, com um sorriso que acelera o coração
Uns dias depois, já estava insuportável, me controlar
Resolvi devolver o sorriso, ainda, com certa timidez
E você me olhou tão quente, vindo na minha direção, quase derreti
Fiquei, meio que sem saber como agir, e você chegou dizendo
- pensei que nunca iria aceitar o meu convite, me chamo é Luisa e você?
Quase gaguejei até responder, Felipe, senti o rubor me colorindo a face, parecia um adolescente, no primeiro encontro
Ficamos conversando, aquele olhar me queimando as reservas
Luisa era um encanto de moça, mas, sabia bem o que desejava
E nesse momento, seu alvo era eu
Eu ainda sem jeito, sem prática, depois, de algumas decepções amorosas
Luisa foi tomando conta do meu ser, intensamente
Depois de uma semana, de muita conversa e beijos furtivos
Luisa tomou as rédeas e a decisão
Iríamos para um lugar mais reservado, para contemplar a emoção, que nos envolvia plenos
Chegando lá, deixei Luisa no controle de toda a situação
Ela estava linda de vestido azul esvoaçante, com os cabelos negros soltos, e aquele olhar de mel, avassalador
Luisa me despiu devagar, me guiando, para a sua roupa eu tirar
Ao vê-la nua, foi como delirar de febre, que visão maravilhosa
Com calma e experiência, ela me fez morrer por três vezes, isso nunca tinha me acontecido
Senti, pele na pele, que ela flutuou, junto comigo
O olhar de Luisa, agora era de mansidão, relaxado
Dormimos, sobre nossos poros, ao acordar nos demos banho
Nos deitamos, olhando para o céu estrelado, pela janela aberta
Então Luisa, me fitou, com aquele olhar de volúpia
...o que se seguiu, é segredo pra quatro paredes...


Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 16 de abril de 2016.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 16/04/2016
Reeditado em 21/11/2019
Código do texto: T5607497
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