Descrição

Ela era gorda, uma simples garota gorda.

Não, não era tão simples assim.

Tinha um sorriso gentil, o corpo redondo, quadril largo, cara de bolacha, peitos legais (não aquele peito de gorda mentiroso que é só gordura), uma fina penugem no buço que de vez em quando depilava com cera e ficava sem sair de casa por dois dias pra esconder o roxo.

Era redonda e gorda, com cabelos lisos castanhos, olhos castanhos, branca feito neve e sem sebo na virilha, tomava dois banhos por dia. Tinha um rosto limpo, sem espinhas ou marcas de catapora. Tinha apenas uma pinta, próxima ao nariz, que parecia mais uma pequenina marca de nascença.

Tinha uma personalidade amável, era um pouco sem sal, inteligente, mas não chegava a ser uma nerd.

Pra alguém ela deveria ser atraente. Pra mim não.

Vivia tropeçando em suas barras boca de sino, sempre fora de moda, usando listras horizontais, que aumentavam o tamanho da sua bunda, mas sem celulites ou estrias. Era toda redonda, feito um balão.

Era bem simétrica, nada estava fora do lugar, peito maior que barriga, bem natural, bunda agradável de se olhar, com dedinhos gordinhos feito pequenas salsichas.

Um apetite voraz, mas tão educada essa menina. Viciada em balas de goma sabor morango, ou em qualquer tipo de bombons recheados de licores.

Fumava escondido da mamãe, o papai sabia e as vezes lhe passava um maço de Eight as escondidas debaixo da mesa de jantar, que era a única hora que o via, afinal, papai trabalhava muito, e viajava sempre a negócios.

Tinha gostos simples, uma pequena coleção de bonecos de ação dos thundercats da qual tomava conta com muito asseio (seu ultimo namorado tinha ciúmes do Lion).

Era toda risos depois de 2 copos americanos de cerveja, mas todos achavam que era fingimento, como alguém tão redondo poderia aguentar tão pouco?

Era linda em sua simplicidade. Sua pinta, sorriso, listras horizontais segurando o boneco Lion.

Sonhava com um herói nos auge dos seus 21 anos de idade, deflorada por um professor do qual achava gostar, mas depois do primeiro cigarro dele, descobriu que não havia gostado tanto assim, mas sem se arrepender, mandou ele se foder.

Suas amigas (apenas duas, desde o berçário andando e brincando juntas), começaram N regimes, uma conseguiu, ficou quase esquálida, se tornou feia, outra era apenas cheinha, cheia de graça, mas nossa amiga, continuou crescendo, redonda feito uma rodela de queijo Gouda (que aliás, era outro vicio).

Era feliz em seu modo de viver, rolando por ai como sempre poderia ser. Estava sem namorado a seis meses, e sobrava pra descontar seus prazeres um amigo infiel, traidor de maridos em lua de mel. Na verdade era gay, mas nem em sonhos imaginava contar pra única mulher que conseguia lhe dar prazer.

Haviam alguns boatos feios sobre ela, nossa amiga, mas no fim eram todos mentiras, contadas por uma antiga ex-amiga. Dizia ela (a inimiga), que nossa conhecida era a maior vadia.

Quando na verdade era apenas um desejo reprimido, Freud explica.

Nossa amiga era muito feliz, muito simples, sorriso fácil, orgasmo mais ainda, seu amigo gay que não era gay, mas era sim, vivia dizendo que ela era diferente, mas entre os dentes sentia ciúme dos outros, dizia ele: “essa gente” com nojo.

Ela era sutil, suave, tinha uma vocação pra fantasma sua avó dizia, isso desde quando ela era pequenina. Aparecia e ninguém notava, quando ia embora também, era difícil alguém notar nossa queridinha.

O ultimo que notou virou ex, que aliás, terminou por ciúmes de um boneco, chamado Lion, da sua coleção dos thundercats. Ele a pegou dormindo com o boneco, abraçada como ele sempre quis ficar, e descobriu mais tarde que o boneco era melhor de cama do que ele, e nunca se cansava.

Ele não tolerou, ela gritou e chorou, mas no final, pegou o boneco, e sozinha se masturbou.

Essa é nossa amiga, gorda, redonda feito queijo Gouda, feliz, serelepe e contente, cheia de si, com sua coleção de bonecos e seu jeito menina meiga de ser, imaginando como que seria, se um dia o Lion criasse vida.

Minari
Enviado por Minari em 13/07/2015
Código do texto: T5309036
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