O poeta e o filósofo em transmutação
E naquela linda noite um poeta preparava mais um entre milhares de jantares que já havia preparado. O que estava na mesa tinha toda a nobreza de sua época misturada, o que tinha em sua mente não era o mesmo que batia em seu coração. Aos poucos muitas mulheres foram chegando, algumas com medo e outras sorridentes, sendo que bem no fundo estavam todas aflitas.
O jantar foi sensacionalmente romântico, não haviam promessas de eternidade ou arrependimento da entrega total do corpo por apenas uma noite. A maravilha era que os corpos sem roupa não queriam se cobrir e que os segredos da maçonaria nem tinham a necessidade de serem revelados. Um passo falso estendia o corpo sobre o sofá antes do jantar e sobre a cama suja de vinho no momento em que todos iriam se deitar.
Suspiros de não foram dados e loucuras para que tudo se concretizasse fizeram com que todos se calassem antes da madrugada terminar. Na lixeira estavam componentes tecnológicos e por um medo medíocre da polícia, ninguém se interessou em ver o nascer do sol no litoral. Um passado prazeroso se repetia no presente e um presente que ninguém queria ver terminar acontecia de forma barulhenta em meio da cidade tão apagada de sentimentos nobres.
Momentaneamente o poeta acreditou ter perdido o senso filosófico que lhe fazia tão diferente dos profanos, parecia que eternamente era o corpo mais importante que a alma. O problema maior daquela noite era que o poeta nem mais reconhecia que o seu estado poético, nasceu de todo um empenho do pensamento. As mulheres duvidavam um pouco daquele fragmento e após tantas drogas, tinham era a certeza de que o momento estava acontecendo muito distante da realidade comum.
Enquanto o dia não começava, os sonhos nem perturbavam por existir uma realidade que quase adormecia de tanto prazer. Um tempo era dado, sem que o tempo fosse de espera ou aflição. Aliás, toda a aflição das mulheres tinha diminuído quando elas escolheram a aniquilação moral e toda a estrela do filósofo havia brilhado em pessoas tão simples, que possuíam uma beleza incomparável.
Nenhum segredo era mais revelado, o compromisso era para com a boa vida que quando chegasse ao fim não iria mais ter valor. Os ressentimentos nem tinha sido criados e as mágoas foram facilmente superadas. A próxima noite nem havia começado, enquanto o poeta se refazia no filósofo.
Escritor Joacir Dal Sotto .'.
Cura Mental e Espiritual "Mestre Divino" .'.
Em breve o meu livro "Curvas da Verdade" pela Editora Multifoco!