Roda
“Boi, boi, boi
Boi da cara preta
Pega esta criança que tem medo de careta.”
PamPamPamPam!
Quem é?
Diaborrengo.
Que quer?
Fita.
Que cor?
E assim se produziam imagens, cores e sabores e corria-se e caia-se e pulava-se.
E assim eram tardes púrpuras e noites prateadas.
Posso ainda escutar aquelas senhoras na roda do mate, o gosto da pipoca adocicada.
Posso ainda, se fechar os olhos, ver meninos e meninas num tom uníssono a rodopiar, a levantar mãos, a abaixá-las. Escuto ainda os relâmpagos fúnebres que desatinavam as brincadeiras. O preto murcho que nos fazia correr por medo.
Vamos!!! Brinquemos!!! Vamos que os caminhos ainda nos esperam. Eles ainda pousam como pássaros. Vamos que a terra é fofa, que a árvore de cata-ventos ainda derrama-se entre o velho prédio. Vamos que podemos ainda encontrar baleias, esconderijos, poços infindáveis.
Ainda podemos cantar com Terezinha. Ainda podemos cair e quebrar os braços. Ainda podemos banhar-nos com sabão nas tinas de roupa. Podemos ainda...
Elefantinho colorido, que cor?
Se é por falta de carinho, Dona Chica, por que choras?
Passa, passará.