Naufrágio

Estou perdida em meio ao oceano, olho em volta e não há nada por perto.

Meu barco naufragou e estou me segurando em seus destroços, a água está fria, o vento gelado e a noite cai para me fazer companhia.

Apenas vejo a escuridão do céu e as águas negras do mar que bailam ao meu redor.

Tento me segurar com força, trêmula de frio e de medo. Não sei o que há próximo a mim no mar, está muito escuro. Penso em gritar por socorro, mas sei que seria em vão, não há ninguém por perto.

Começo a sentir meu corpo adormecer, a água está cada vez mais gélida, assim como a minha esperança de ser resgatada.

Apenas espero, agarrada ao escombro que me restou, pois sei que se soltá-lo agora morrerei afogada. Eu não sei nadar e isso me apavora. Sempre tive pavor a esse tipo de morte. Não quero parar de respirar.

Me sinto fraca, percebo que a asfixia sempre esteve próxima de mim e era um dos sintomas da minha angústia, mas me nego a soltar o escombro e me afogar. Não quero sentir a terrível dor de inundar os pulmões com água salgada.

Estou com sono, com fome, com sede e tudo que eu desejo no momento é um cobertor quentinho e uma xícara de café.

Acho que estou alucinando. Vejo uma luz se aproximar, mas não sei ao certo o quão distante está, nem tenho certeza se é uma luz ou a aura causada pela minha enxaqueca.

Acho que vou fechar os olhos por um instante, não consigo mais mantê-los abertos...

Rafaela Andrade
Enviado por Rafaela Andrade em 30/07/2014
Código do texto: T4902262
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