SERAFIM

Serafim saiu torto. Serafim, que nunca foi serafim. Um dia o céu ficou mais alto, no meio do centro da cidade. O sol rachava sobre a cabeça de Serafim. E era um deserto implacável, ao meio-dia. Serafim agonizava e debatia-se, como um peixe fora d'água. O sangue minava-lhe da boca, como se houvesse pulado de um edifício. Mas o sol era divino. A face de Serafim brilhou. E, todo ensanguentado, levantou-se e aceitou sua estaca.

22 de julho de 2013

João Dinato
Enviado por João Dinato em 22/07/2013
Reeditado em 22/07/2013
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