Doce Sonho (rascunho de um livro)
Galera, abaixo segue meus primeiros rascunhos do livro que eu pretendo criar. Quem acha que tem história, ou que falta alguma coisa, por favor comentem! Toda crítica será muito bem aceita. Só lembrando esse é apenas um rascunho das minhas primeiras palavras. Abraços, Marçal Morais (usarei no livro o code nome: Augusto Fox, é mais forte para destacar um autor)
Doce Sonho- de Augusto Fox
Enquanto os relâmpagos espalhavam suas fúrias durante toda a noite, minhas lágrimas escorriam por toda minha face. Era algo mais que tenebroso, eram cerca de 3 da manhã enquanto eu segurava meu travesseiro o mais forte que podia chamando desesperadamente minha mãe. Era um pesadelo, e eu lembro melhor do que ninguém. Lembro da minha primeira manifestação, lembro da primeira vez.
-Mããããeeeeeee- eu gritava meio a soluços e meio a uma confusão.
Eu estava cego em meio às lágrimas e só pude me dar conta de que ela estava do meu lado quando eu não mais estava no meu quarto. Eu estava deitado do lado dela na cama e ela acariciava com cuidado meus cabelos dizendo:
-Alex, passou, foi só um pesadelo. Shi shi shi.
Quando finalmente me dei em mim, eu pude fechar os olhos vagarosamente, bem devagar. E quando estava quase prestes a voltar o sono, minha boca soou coisas que nem eu mesmo sabia o que era. Eu nem mesmo me lembrava de ter dito isso, mas minha mãe escutou com calma paciência e um tanto confusa:
-Mamãe, não deixe o carro pegar ele...
-Tudo bem Alex, volte a dormir.
Não era um pesadelo qualquer, não era algo que faria outros sonhos se apagarem. Eu só tinha 13 anos e me lembro disso melhor do que ninguém. Lembro-me como se fosse o início de um suspiro de vida. Era uma previsão. A primeira que eu me lembro. A primeira que eu sempre quis apagar do meu negrume que se chama pensamento. Existem coisas que nunca deveriam existir, e essa noite faz parte disso. As lágrimas daquela noite nunca serão apagadas com as areias do tempo, muito pelo contrário. Elas voltariam em forma de pesadelo para condenar a minha alma com aquilo que eu nunca fiz. E nesta noite escura eu comecei a indagar o que eu era. E até hoje eu não descobri a resposta.
Provavelmente eu tive esse sonho nas férias escolar. Estava prestes a embarcar nos mares da sétima série, e sentia mais medo do que nunca. Uma nova vida, novos amigos, tudo de novo. Estava com medo de que me rejeitassem assim como aconteceu na minha outra escola. Tinha medo, mas também em mim brotava o brilho da esperança. Poderia ser diferente do que fora outrora. Eu queria que fosse assim.
Faziam poucos meses que eu tinha me mudado de bairro. Eu moro em Minas Gerais na capital, em Belo Horizonte. Antes eu morava num apartamento pequeno e fechado, e embora eu odiasse meus colegas escolares, eu em contra partida adorava meus colegas de condomínio. Sempre jogávamos queimada no meio do asfalto. Eu era considerado o esguio. Tinha um que era a força, a outra o escudo, e cada um tinha uma propriedade diferente. Mas ali era um mundo diferente. Quanto o assunto era escola, todos meus colegas me detestavam com destreza e furor. Eu era o queridinho dos professores, e isso fazia com que eu tivesse mais inimigos do que qualquer um poderia imaginar. Primeiro, os alunos da sala que me odiavam só pelo fato das minhas notas e desenvoltura frente a sala. Segundo, os primos mais velhos e irmãos e tudo mais que me batia frequentemente só pelo fato da minha capacidade frente aos outros. Eu não reagia, mas também não deixava de tirar notas boas na escola. Eu não sabia me defender, mas também não queria que minha mãe fosse na escola, não por isso. Mudar foi talvez a melhor coisa que tinha me acontecido, e agora eu estava disposto a lutar por tudo o que eu queria.