A curta história de uma pessoa feliz
Estava sentada na sacada da janela, já era noite e ela bebia seu café revesando os goles com as tragadas no cigarro. Era fracamente iluminada pela luz da lua e pela pouca luz que emanava dos postes da rua. Estava feliz, não precisava de mais nada, tinha consigo tudo o que poderia querer. Talvez não tivesse tanto, mas não sabia disso, não precisava mudar nada, mesmo que tudo estivesse errado, enquanto o erro lhe arrancava alguns risos. De todos os jeito não se sentira assim há tempos, e como era bom voltar a sorrir, mesmo que isso custasse algumas lágrimas mais à frente. Tudo bem, a dor não a afetava mais, pois chorar um dia lhe foi rotina, mas rir é uma oportunidade única. Aproveitava esta oportunidade para se sentir bem, tão bem como nunca havia se sentido antes. Se entregava de verdade, sem medo algum; talvez seja isso que falte nas pessoas: ausência de medo. Dava sua ultima tragada em meio a um sorriso contido. O cigarro não era uma forma de se salvar, como normalmente é personificado, era apenas o complemento de uma felicidade absurda, a metáfora de todo o prazer que sentia, estava segura agora, saboreava o gosto do ápice da tranquilidade e satisfação.