O Suicida e o Amor

Via aquele casal de namorados e me recordava de quando ainda acreditava no amor. Na verdade, aquele sentimento deixou vestígios em mim. Talvez seja por isso que tenho às vezes o louco pensamento de reconstruir minha vida. Pode ser que ter deixado o outro mundo (por assim dizer) em razão de uma paixão frustrada seja uma completa asneira, mas infelizmente meu pensamento não era esse quando me joguei do alto daquele prédio.

Procuro não conversar muito sobre isso com os outros aqui, pois me sinto meio constrangido, já que tal sentimento foi a causa da minha morte. Não ele em si, mas o desenrolar da história, que também procurava manter “enterrada” junto com as mágoas do passado. Mas decidi relatar toda a minha história a um amigo meu. Ele disse que, dependendo da minha situação, eu poderei rever a minha amada. Estou ansioso por isso, sempre estive desde sua morte, mesmo sabendo que no mundo real isso era impossível. Criava imagens virtuais dela em minha memória, tentando suprir o vazio que existia dentro de mim. Aos poucos, fui ficando completamente insano, e cheguei no ponto extremo de me suicidar. Parecia tão leve quando me joguei, e me ocorreu que a morte poderia ser boa. Meus amigos me provaram que eu estava errado. A morte não era a saída, mas sim o fim. Há uma diferença exorbitante entre isso.

Agora sei quão bom poderia ter sido minha vida. É tão gratificante saber que você pode ter uma segunda chance ao mudar de ideia repentinamente, deixar seu pensamento egoísta e suicida de lado, e dar espaço ao amor e à felicidade. Quem dera eu tivesse feito isso naquele momento. Talvez o amor seja só mais um sentimento, tão bobo e curto quanto os outros. Quem poderá dizer? Já dizia uma música: “Quem um dia irá dizer, que não existe razão nas coisas feitas pelo coração(...)”.

Gabriel Antonio
Enviado por Gabriel Antonio em 23/12/2012
Reeditado em 19/09/2014
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