Seios Saltitantes I

Ela vestia uma calça jeans colada nas coxas que marcava bem seus quadris, tinha uma camisa cinza com bolinhas roxas de vários tamanhos espalhadas sem muita ordem. A camisa não marcava bem o corpo, só dava forma aos seios, com um decote pouco generoso, mas mesmo assim, via-se que eram firmes e vivos, deviam ser um pouco maiores que a minha mão. Eles pulavam quando ela andava em sua plena juventude, e o pouco que se via era que eram brancos. Aquele branco pálido, que quase brilhava no sol.

Tinha um rosto branco, angular, de lábios finos e bem desenhados, coloridos naturalmente de um rosa peculiar. De cabelos ruivos bem enrolados, mas estavam meio bagunçados, parecia que alguém tinha acabado de acordar.

Trazia consigo um crachá, ela tinha um nome, Camélia.

Estava eu sentado, lendo qualquer coisa quando ela apareceu. Colocou sua bolsa perto de mim, sentou e fuçou, fuçou e fuçou nela até sacar o celular.

- Alô?... Alô?... Alô?... – Desligou.

Tinha uma voz diferente, agradável. Olhou para os lados e me viu, parecia um pouco assustada, sei lá, acho que não é todo dia que se vê alguém como eu. E ela ficou lá, me olhando, parecia que me analisava de alguma forma que eu nem podia imaginar.

Tudo isso eu vi por cima do livro, até que o abaixei e a encarei, tinha lindos olhos verdes. Desviou a cara, olhou para baixo, fuçou a bolsa outra vez e tirou um maço de cigarros, pediu meu isqueiro, acendeu e devolveu.

Abaixei meu livro de vez, ela me incomodava, era muito indiferente.

Depois foi minha vez, peguei meu cigarro e fiquei olhando a coisa ruiva – Camélia – andar para lá e para cá. Parecia meio perdida, ou estava esperando alguma coisa.

Quanto mais andava, mais via seus seios pularem, era lindo. Ela continuava me olhando quando passava de frente para mim, aqueles olhos verdes, aquele rosto sardento, aquela boca, o cigarro, os bicos me vendo. Tentei voltar a ler algumas vezes, mas não conseguia, era impossível. Aquela mulher me olhando... Me analisando.

Camélia sua maldita, sonharei com você esta noite. Eu pensava assim.

A via passar na minha frente rebolando um pouco quando estava de costas. O que se podia ver era bonito, atraente demais para ser sincero. Não se podia ver muito pela escolha das roupas, a não ser os quadris, as coxas e os seios. O resto, pela roupa leve e solta, era tudo um mistério.

E eles pulavam enquanto começava o segundo cigarro.

De súbito, no meio do cigarro, parou de ficar dando voltas sem rumo – ou desfilar para mim talvez? –, se sentou, arrumou a bolsa, bebeu água de sua garrafa até que me pegou olhando para ela – e para seus seios saltitantes – abriu um sorriso, piscou com o olho direito, pegou sua bolsa, se levantou e foi.

Perdi minha ruiva, Camélia dos seios que pulam.

Cai em mim novamente, quando vi, estava sentado debaixo do sol assando minha cabeça. Me levantei e fui até o lugar da ruiva e me sentei, embaixo de uma sombra fresca.

Voltei a ler, quando eu vi, tinha uma morena sentando perto de mim...

Minari
Enviado por Minari em 02/12/2010
Reeditado em 23/04/2012
Código do texto: T2648560
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