RELEMBRANDO

Houve alguém recentemente tudo começou virtualmente... Dias e noites on-line a conversar, não tardou, logo as mensagens de texto no celular, e na brincadeira da aposta, a oportunidade...

De improviso o aviso, ("não tem volta"...) Tudo meio enrolado, ele agora apressado, tanto tempo conversando, mas que no "susto" do encontro pareceu ser tão pouco! Por outro lado negar esse momento já não fazia sentido... Fato: "Intuição"? Ela não sabia ao certo se era isso que queria!

Engraçado... Interessante tudo o que antecede o momento...

Durante o encontro ambos tentando o "quebra-gelos" e ainda meio sem jeito, na despedida a vontade de ficar um pouco mais? Talvez, contudo sem saber ao certo o que dizer ou fazer veio o aperto de mão, surgiu o abraço e no enlaço dos braços eles sabiam, havia aquela promessa de um: "até logo mais"...On-line novamente não eram tão tímidos ou indiferentes e o que muito daquele encontro não foi dito, quando on-line novamente foi comentado...

Na seqüência com mais freqüência, entre MSN, torpedos, telefonemas, outro encontro surgiu e assim os dias passaram, teve fim de semana (na mesma semana) já com almoço familiar...

Outro fim de semana com amigos... Não tardou muito e já colocavam em ação os planos que ela tinha. Coincidentemente era o que a muito ele também queria! Aprender a dançar; Então, Dança de salão... A solução! Assim uniram útil e agradável

Engraçado... Interessante tudo o que antecede o momento...

Enquanto isso, iam se conhecendo sem nada atropelar, de modo autentico simples e sincero, traçavam planos, faziam companhia, sequer se davam conta do tão pouco tempo que se conheciam...

E foi em meio a tantas conversas, que ele falou da viagem que estava programada, assim ela comentou também faria uma.

E na troca de idéias já que a dele estava tão próxima... Eis que surge à vontade de transformar em realidade a viagem dela, na viagem "deles" (fizeram planos) e estes ficaram "no ar"

Chegou o dia da partida e naturalmente como era de se esperar ela o levou ao aeroporto, pra muito longe ele ia... Ficaria por lá mais tempo do que o tempo em que estavam a se enamorar...

No mês de ausência que se seguia não pararam de falar, deixavam mensagens, e não houve um único dia sem que, um do outro deixasse de se lembrar...

Desta forma foram alimentando os sentimentos, acalentando emoções, o tempo arrastava-se vagarosamente, e conforme prometidos x combinados dia sim, dia não, davam um jeito de se falar contavam novidades tiveram momentos de felicidade...Legal o modo como ele descrevia os lugares por onde andava... O tempo assim passou...

Engraçado... Interessante tudo o que antecede o momento...

Novamente no aeroporto lá estava ela, desta vez nada de despedidas Apenas a alegria do reencontro... Mil coisas pra contar... Parecia que eram velhos amigos... Os presentes que empolgado ele lhe mostrava, as noticias que ele lhe dava, por fim mesmo tão cansado da viagem, no regresso, inevitável aconteceu e, do seu corpo ele quis fazer ninho, talvez pelas saudades crescentes, ela quase tenha se deixado levar...

Amedrontada, encantada, atordoada, estaria ela apaixonada?...

Em seu intimo aquela dúvida atormentava, seria ele realmente seu amor? Duvida...

Sua vó costumava repetir: "Na dúvida não faça..." Na duvida a recuada Ele (ela não sabe) se notou, pois tão animado estava, falava sobre a idéia de uma outra viagem, (juntos) desta vez mais perto, para um lugar que ela já foi e gostou... Buenos Aires ele estava com vontade de levá-la...

Ele falava, falava... E estava tão cansado da longa viagem, fuso horário diferente queria descansar, ela pensativa ficou... O tempo a salvou? precisava ir, estava atrasada para trabalhar! Atrasada ela continuou... Perdida em um tempo de medos e sombras, nem tudo ela superou...

O virtual a encantava, o real a assustava... E assim novos dias seguiram... Cada qual com sua rotina, outros compromissos foram surgindo, o que aconteceu?

LACUNA

Engraçado... Interessante tudo o que antecede o momento...

Intuitiva e sensível ela sentia-o diferente com o passar dos dias, isso fez crescer a distancia e, às malditas desconfianças, discordância, nada mais de relevância...Ela passou a ficar triste e magoada... os encontros virtuais foram substituidos por poucos reais, assim para seu mundo ela foi voltando e em seu canto calada passou a contabilizar os dias que ele passava sem ligar...

Culpa-lo? Não... Isso ela sabia, não podia... Ambos sabiam, e assim as oportunidades se iam... Quando acontecia ou quando ele aparecia nas aulas de dança ela já não mais se surpreendia, de certa forma, pensava em se livrar daquela agonia, largar aquele "algo" que lhe doía... Não

havia mais alegria dos primeiros momentos, do quanto riam no virtual foram esquecendo e assim ele foi se tornando ausente em seus dias, deixando a casa novamente vazia...

Cada vez mais para longe dela, ele seguia, ressentida ela o deixou ir, quis acreditar que ele voltaria, pois num tempo de verdades tiveram seus momentos de felicidades e como boba ela não era...

Percebeu que desde o retorno da viagem, ele mudou, também arrumava suas desculpas, andava ausente, cada dia ia se tornando bem diferente...

"Nada a ver" costuma ele dizer, as aulas de dança deixaram de fazer parte daquela atual realidade, e não haverá quem mate as marcas dos fatos do que ia acontecendo. Ela decidiu ir se afastando... Assim ele não precisaria continuar com suas mentiras, desnecessário fingir, ele andava "tão ocupado", sequer percebeu que ela já o havia deixado ir...

Sabia, sim ela sabia... Ia demorar um pouco aquela nostalgia sarar, mas como jurou que por nenhum outro homem voltaria chorar... Ela ainda pensou: “Não, ele não é o meu amor”... Para haver entrega, tem que haver confiança, formar aliança, nenhuma relação se dá na desconfiança...

Assim arrumou sua mala e com o filho foi viajar... Do romance virtual na viagem bem pouco se lembrou, "esqueceu" e quando lembrou de tudo o que lhe aconteceu, no fundo sabia: Foi ele quem mais perdeu! Engraçado...

Engraçado... Interessante tudo o que antecede o momento

Tania Mara
Enviado por Tania Mara em 08/10/2010
Reeditado em 13/11/2013
Código do texto: T2544254
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.