A Estória do Tempo

A Estória do tempo.

Muito distante dos mundos,existia um tempo em que o próprio tempo não existia.

Lá entre os pilares de Hercules,havia um casulo envolto em muita luz,e dentro dele o tempo dormia.

O universo vivia na total escuridão, a vastidão do vazio enchia se de solidão. O pensamento,que olhava tudo aquilo sem nunca ter sentido saudades de saber o que era vider,até que um dia a olhar um pequeno ponto de luz azulada a pulsar dos confins do firmamento,resolveu ir ao seu encontro .Aproximando se lentamente pode então observar melhor do que era feita. Uma trama de fios de prata tecido por mãos desconhecidas,sim,porque até no universo existem mistérios que nada jamais será desvendada,e das razoes da existência da vida,nem para o próprio pensamento.

Era um casulo gigantesco,capaz de preencher todos espaços vazios em que o pensamento já havia passado,mas como abri lo,se desconhecia mãos que pudessem ajudar.

Soube então da existência de uma grande estrela de diamante,e ao transforma la em viajante errante,fez com que cortasse os céus ate passar de raspão, rasgando as tramas prateadas do casulo. Ao se abrir sentiu que de lá saíra algo invisível, mas que mudaria tudo daqui pra frente,pois o tempo agora existia.

O tempo a se espalhar pelos espaços do pensamento deu vida a consciência,é esta por sua vez,mostrará os verdes campos das primaveras, a luz das manhas envolvendo as montanhas que era feitas da mesma luz em que fios de prata embalaram o tempo,

enquanto que o ouro do ocaso se despedia nos horizontes uma esperança de renascer,em um novo amanhecer.

E por assim foi ao longo os tempos, a viajar entre águas cristalinas,dentes de leões a semear pelas campinas, novas primaveras ,que por agora se aconchegariam sobre a terra,para voltar a florescer e depois continuar viagem pelos ventos que a levariam através das brisas das manhas.

As rochas guardavam toda a memória do tempo,que por um breve momento fez surgir numa noite de paixão, o fogo,que a expressar seus sentimentos nas lavas de um vulcão.

Sobre seu manto ardente e liquido,descia até as águas do mar, e desse encontro do fogo com a água,fez nascer as brumas que um dia iriam envolver castelos; moradias do tempo,e ai a desenvolver as tramas,os dramas e a paixões de que das rochas gravavam na memória.

Nas suas parede talhadas pelos ventos abrigavam o Tempo, da escuridão,a construir as estórias,sob as tochas a desenhar nas sombras das paredes,o destino da vida.

Uma dessa estórias se deu num tempo qualquer em que vários mundos teriam nascido e sucumbido pelas areias, deixado apenas as pegadas de um peregrino e que delas podemos contar toda essa estória.

-Abram os portões,gritava o jovem franzino com vestes que nem ao menos aproximavam se de um cavaleiro da rainha.

Os guardas que estavam nas altas torres do castelo,pouca importância davam aos gritos do rapaz,fazendo ate piadinhas .

-Olha so quem nos manda abrir os portões.

-Talvez devemos fazer o que pede,caso contrário irá derrubar os portões do castelo com seus gritos.

As risadas de um dos guardas se fechou repentinamente,e um olhar sério envolveu todo aquele ambiente.

Algo se aproximava por trás das dunas de areias,vários piratas que haviam deixados os barcos na praia corriam em direção ao castelo.

-Melhor é deixa lo entrar, algo muito grave deve ter acontecido,e se esses piratas o matar nunca saberemos o que ha por trás disso,e a rainha não nos perdoará.

Os portões,grandes e pesados desciam rapidamente,transformando se numa ponte

que atravessando as valas, que fez com que o rapaz corresse para dentro. Algumas lanças foram atirada avisado aos piratas que retornassem.

Exausto,assustado,mas ao mesmo tempo também aliviado por ter a vida salva,agradecia aos soldados por terem atendido seu pedido.

-Espero que tenha um bom motivo,para entrar neste castelo.

-Sim,com certeza o que me traz aqui é de suma importância ao reino.

-Bom será tomar um banho,comer algo,descansar e depois dizer o motivo de estar aqui.

O jovem acenou com um sim,e com um sorriso,falou:Não tempos muito tempo para descanso,mas farei o que pede ,porém o mais breve possível me levem até a rainha.

Neste momento a rainha estava em seus aposentos pensando no rei que a poucas semanas havia morrido no naufrágio juntamente com sua armada,quando regressava das terras do fim do mundo,depois de ter feito vários contacto com povos que conheciam muito dos segredos do universo,e deles compartilhara essas maravilhas .

Subitamente o pensamento foi interrompido com o bater na porta.

-Sim o que deseja.

-Desculpe a interrupção,mas creio que seja importante,um rapaz estava sendo perseguido por piratas, e deseja lhe falar, diz que é importante.

-Pois,bem! Ordene que aguarde no pátio do jardim.

Por um instante antes de deixar o quarto teve uma sensação estranha percorrendo por todo o corpo ,e com um suspiro se refez e se dirigiu para o jardim.

-O que o jovem deseja falar de tão importante?

-Rainha o que me trás aqui é sobre o rei.

-Ele morreu a pouco tempo,e isso me trás uma tristeza no coração,mas o que sabe?

-Creio que não esteja morto.

-Como assim?

-O rei havia me convidado para vir conhecer seu reino. Eu estava na mesma Nau do rei.

Pouco além das dunas,os piratas a remar em seus barcos e a voltar ao navio,

-Maldito seja,por pouco quase colocamos as mãos sobre aquele fujão.

Daqui a pouco o rapaz dará nos dentes sobre nós,e talvez uma outra tripulação seja enviada a procura do rei.

A bordo o capitão levou seu navio para uma angra,escondida das torres dos castelos,e aguardava revezando sua corja no alto das montanhas para o momento oportuno seguir os passos dos soldados da rainha.

Já com o navio ancorado,a escuridão envolvia a enseada protegida dos olhos da guarda.

De dentro da nau,o capitão relembrava o que se passara quando o rapaz foi resgatado .

-Estávamos a poucos nós de distância,quase alcançando,e foi que algo nunca visto por velhos piratas do mar, aconteceu.

-Bem acima de nossas cabeças abriu um clarão que mal se podia enxergar,e as águas tornaram se negras,e a nau do rei pose a girar como um pião,notei quando o garoto foi jogado pra fora,e foi ai que o navio desapareceu.

-Ó senhor a que mundo nos levou?

Exclama o rei depois que a tormenta passou,estando diante de uma mar jamais navegado.

A abóbada celeste era de um azul turquesa,onde havia um sol pousado na linha do horizonte a iluminar junto com as estrelas um oceano de águas profundas e cristalinas,onde do fundo avistavam naufrágios e ruínas de uma antiga civilização.

A nau lentamente foi levada por uma brisa suave ,que parecia saber onde direcionar a embarcação.

Estavam diante de enormes colunas de pedras que subiam do abismo bem acima do nível das águas .

Uma voz que parecia vir das enormes colunas penetraram na cabeça do rei.

-Quer saber onde está,não é mesmo?Exclamou a voz.

-Neste momento é tudo que mais quero. Respondeu o rei.

-Eu sou o tempo,e você esta em minha casa,foi trazido aqui porque carrega em se navio o Crânio de cristal.

-Qual pecado cometi se não pilhei,e sim foi um presente vindo de outro reino?

-Nenhum pecado, mas quase foi roubado por pirata.

Ali dentro esta toda a minha memória,desde quando nasci,ou seja a muitas,e muitas estórias contadas dentro dos castelos,e se for destruída,então o nada voltará a existir.

Agora que está a salvo tornará ao ponto de partida,mas quanto ao crânio de cristal,o melhor é que de um abrigo seguro para ele.

-E qual seria esse lugar?

-Não existe um lugar que seja seguro,pois em algum momento no tempo alguém irá encontrar.

Leve o para seu reino,e encontrará entre as montanhas do norte uma caverna onde irá esconder.

Nesse instante o navio voltou a rodopiar,e um raio muito forte no momento exato que iriá atingir o navio,fez com que desaparecesse ,e voltasse ao mar de origem, de volta para o reino.

A rainha ainda a conversar com o rapaz,foi tomada por uma voz vinda la das torres.

-O rei está vivo.

Ao vê lo entra pelos portões,não resistiu e correu para os braços do rei,e ai......ambos se abraçaram e num longo beijo,mataram toda a saudades.

Já refeitos de todas as angustias,sofrimentos,temores e incertezas,o rei falou ao rapaz:

-Entendo que seu povo tenha dado a mim o crânio de cristal de presente,por estar preocupado com as constantes invasões de piratas,mas conversei com um sábio,e este me falou para guarda lo numa caverna. Amanha cedo iremos para la.

O dia amanhecera tranqüilo,iguais a todos os dias como deveria ser, num dia de paz.

O rei juntou seu cavaleiros e com o rapaz trilharam ate a caverna das montanhas do norte.

Ao entrarem mais a fundo na caverna,a escuridão era total,e quando foram acender as tochas,a voz volto a falar na mente do rei:

-Isso não é necessário,deixe que o crânio direcione o lugar seguro,apenas siga a direção da brisa.

O crânio com uma força magnética se movia nas mãos do rapaz fazendo vira na direção precisa da brisa .

Logo ali a frente uma clareira,estava um mesa de pedra banhada de luz,e então foi deixada ali,e retornaram.

Alguma horas se passaram e os piratas que seguiam os passos do rei ,entraram na caverna.

Quando começou a escurecer, acenderam as tochas,seguindo as pegadas deixas,e se deram diante do crânio de cristal,neste momento um peso invisível caiu sobe seus corpos,fazendo os ajoelhar e deitar e reviver em imagens todas suas destruições deixadas através do tempo. Era a memória viva do crânio de cristal pesando sobre suas consciências.

Saíram dali correndo,apavorados e tremendo de suas próprias maldade diante de seus olhos.

O tempo passou,o rei e a rainha já não mais existiam,porem o reino e os castelos continuaram a ser a morada do tempo. Quanto ao rapaz,....bem,um dia chegou a se um dos reis mais justos de todas as estórias contadas.

Airton Parra Sobreira

airton parra sobreira
Enviado por airton parra sobreira em 10/12/2009
Código do texto: T1970688
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