A festa da menina triste
Ela o olhava com desejo, e ele com desprezo.
Ele estava usando uma daquelas bandanas vermelhas compridas, quase do tamanho de seus cabelos que já estava a altura da cintura, era loiro, não muito alto, usava uma calça de couro um pouco apertada preta, uma camisa de uma banda qualquer preta, um lenço vermelho na cintura caído, e sua jaqueta de couro marrom que mais gostava.
-Quem você pensa que é? – Ela diz.
O DJ congela, abaixa o volume da musica, todos olham para eles que estavam um de cada lado da roda de conversa.
J. sorri, coloca o copo no braço do sofá, e pergunta:
-Quem eu penso que sou? – J. caminha até ela, todos olham.
Ele chega ao pé do ouvido dela, passa a ponta da língua em seu pescoço brevemente, e sussurra suavemente, quase como veludo:
-Eu sou aquele que pode te levar do inferno ao céu em um segundo, você não me conhece, e nunca vai conhecer, eu sou muito mais do que qualquer um pode saber.
Todos podiam ver seus olhos se revirando, o arrepio tomava conta de seu corpo, estava em êxtase.
Eles se olham profundamente, olho no olho. A puxa para mais perto de seu corpo pela jaqueta, ficam próximos. Próximos até demais.
Ainda se olham, todos param pra ver a cena, e a musica toca bem baixinho no fundo.
Ele aproxima seus lábios dos dela, ela tenta beija-lo, mas ele se afasta. Larga sua jaqueta e da um passo para traz.
-Porque fez isso? – ela diz espantada.
-É como eu sempre disse, eu sou um livro aberto basta fazer a pergunta certa e essa com certeza não é. – Andando de costas e sorrindo J. responde.
Todos param por causa da resposta, ninguém diz nada por um instante.
E assim a festa de uma garota acaba, sentada no sofá ela confirma isso hoje em dia.
Basta perguntar.
O resto que você escutar é apenas historia.