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O bebum e a lua
O bebum tropeça nas próprias pernas, caindo estatelado sobre o meio-fio. Atordoado, corpo machucado e ferimentos n'alma, apoiando-se sobre os braços fragilizados, tenta se levantar abruptamente, sem nada conseguir.
Esparramado ao chão... virando-se com alguma dificuldade, olha pro céu mortiço e observa a lua se escondendo sob a formação de nuvens opacas, naquela fria madrugada novembril. O vento cortante... sibilando diretamente no rosto amargurado pelas escolhas da vida, adentra aos seus combalidos pulmões.
Tosse intermitente, voz rouca e a mente enevoada, aponta o indicador pra cima, queixando-se raivoso...
___ Me empurrou pelas costas e agora tá fugindo, lua bandida! Foda-se... não te quero mais! Vô pra minha cachaça amiga... ela, sim, é companheira de verdade... nunca me deixa sozinho!