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O bebum e a lua

 

O bebum tropeça nas próprias pernas, caindo estatelado sobre o meio-fio. Atordoado, corpo machucado e ferimentos n'alma, apoiando-se sobre os braços fragilizados, tenta se levantar abruptamente, sem nada conseguir. 

 

Esparramado ao chão... virando-se com alguma dificuldade, olha pro céu mortiço e observa a lua se escondendo sob a formação de nuvens opacas, naquela fria madrugada novembril. O vento cortante... sibilando diretamente no rosto amargurado pelas escolhas da vida, adentra aos seus combalidos pulmões.

 

Tosse intermitente, voz rouca e a mente enevoada, aponta o indicador pra cima, queixando-se raivoso...

 

___ Me empurrou pelas costas e agora tá fugindo, lua bandida! Foda-se... não te quero mais! Vô pra minha cachaça amiga... ela, sim, é companheira de verdade... nunca me deixa sozinho!

 

Antônio NT
Enviado por Antônio NT em 20/11/2022
Reeditado em 13/01/2024
Código do texto: T7654119
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