SACO DE INUTILIDADES
Cambaleou pela casa já cansado.
Andou de um lado para outro carregando o peso dos seus terrores nas costas. Fardo pesado aquele, composto por mil objetos pontudos, contundentes ferindo a carne dilacerando as vísceras. Um saco de entulhos, um barril de inutilidades colhidas com o tempo. Foi juntando peça por peça e agora estava ali que não se aguentava mais com o peso dos seus guardados.
Cabeça fervilhava, conexões aos milhares, conjecturas de todas as cores e formas.
Tudo isso naquele cenário sombrio da madrugada. Um amontoado de momentos o inundavam e o impediam até de respirar.