Ele correu feito um condenado! Nem sei como um condenado corre, mas acho que foi assim que ele correu, pela pressa que demonstrava seus passos ao terminar o expediente no dia após o natal do ano passado.
Ele estava só em casa, todos haviam viajado após o jantar de ontem. Ele imaginou um almoço com todas as sobras daquele maravilhoso jantar. Só entende isso quem gosta por exemplo de pizza resfriada no café da manhã. Eu entendo ele.
Na ida para casa, quanto mais passava o tempo, mais ele salivava lembrando de cada prato daquela refeição de ontem e como ficaria depois que fosse requentado. Entrou veloz e ferozmente em casa e nem tirou a farda do trabalho. Já foi direto na geladeira, e certeiro, pegou o único pote que tinha entre os litros de água. Não era feijão, era sorvete mesmo. Justo hoje...