O Apagador de Vela
A realidade é uma vela. Apagada. Acesa. Bela. Cinzas. Queimada.
Maristela, morreu pelo Poder; ou pelo Poder, morreu Maristela?
Por um ou outro, Poder mata. Por isto, prefira viver sem ser visto. Antes, quem era ela? Sabe-se agora, que a preferência foi os holofotes.
Foi-se, levou consigo os dentes brancos de porcelana, os cabelos afro-brasileiro, dinheiro na caixinha, as unhas finamente esmaltadas e as cinzas no cinzeiro. Cadê ela.
De braços abertos no cruzeiro. Cristo Redentor. Morros tombados pelos tiroteios. Virou conto de fada, apressou o seu tempo, com ou sem dotes: "Era uma vez Maristela".
Nos contos fantásticos dos Irmãos Grim ou nos contos sertanejos do Mazaropi brasileiro, a máxima que fica como lema é: "é melhor um cavalo pangaré comedor de capim colonião vivo, que um marchador puro sangue, abastado com feno de safra nobre, morto".