A vantagem da barata
A vantagem da barata
A cascuda minúscula e o homem se encaravam, como dois pistoleiros do velho oeste. Ela não movia suas anteninhas; mantinha os olhinhos fixos em seu oponente. O homem observava a barata surpreendida no chão de sua cozinha com olhar de nojo. No entanto, também não esboçava reação.
Ficaram ali, parados, se encarando. A barata sabia que não podia derrotar o homem. Não tinha tamanho para tanto. Mas em seu interior havia um brado de júbilo, o grito dos vencedores; porque o homem, com seu tamanho, poder e arrogância de ser pensante também não podia matá-la.
Estava descalço.