Ela, sem sono

A noite fora difícil, desconfortável, virava-se na cama, uma tentativa frustrada de achar posição que lhe trouxesse aconchego.

Exaurida de tantas tentativas, levantou-se, foi ao banheiro, olhou-se no espelho, esboçou um sorrisso e retornou ao quarto.

Ela, sentia falta de seu amor, na tentativa de tê-lo por perto, lançou mão do livro que o amado escrevera.

Conto dos Contos e Outros Contos.

Leu cada um deles, compassadamente, ao penetrar nos escritos, trazia para si a alma de seu amor maior.

Assim o tempo passou, já marcava o relógio 5:46 da manhã de sábado.

Contava ela as horas, o trilhar dos ponteiros.

Finalmente após intensa leitura, chega a tal fulana ao último conto, o nome do mesmo, Conto dos Contos.

Cada palavra lida lhe toca profundamente, já admirava os escritos do amado, mas com a leitura deste último, sentiu que de fato não enganara-se.

O amor intenso que a tomou, havia realmente razão ou loucura de ser.

Ao findar sua leitura, lágrimas escorriam em sua face, pensou consigo mesma:

_ Quem poderia criar algo tão profundamente tocante?

A resposta já sabia, o menino de olhos castanhos, que amava imensamente!

O sono não veio, então resignou-se, acomodou-se e esperou que o dia emergisse com vigor.

Não via a hora de sair daquele nada fazer e finalmente reencontrar aquele lindo menino, de olhos absurdamente castanhos.

Ao meu menino de olhos castanhos, autor do referido livro, acima citado, Júlio Damásio.

Julia Lopes Ramos
Enviado por Julia Lopes Ramos em 28/12/2008
Reeditado em 02/01/2009
Código do texto: T1356636
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