O vencedor da morte
Belo, era assim que se chamava o protagonista de nosso conto! Sempre sonhou em ser várias coisas, como aviador por exemplo. Mas uma dessas coisas, lhe tirava sono. Era a de ser imortal, como os vampiros dos filmes que tanto admirava, o garoto flutuava com este pensamento. Pois, gostaria de viver para sempre e o medo da assombrosa morte, não o deixava. Aquela caricatura em forma de uma caveira com uma foice nas mãos, não saía dos seus pensamentos, porém o garoto alertava a todos de que um dia seria imortal.
Sonhava com nuvens que cantavam, abraçava-as e senti-as macias e fofinhas. Já da terra, fazia sua conversora de sementes em magníficas plantas, tudo para ele era mágico, até que um dia seu melhor amigo e avô morreu. Percebera ali uma trágica frustração, a morte. Não mais, como uma figura simbólica, mas como algo verdadeiro e irremediável.
A partir daí, o belo se tornou consciente de que tudo tinha um propósito, um fim, e que a morte era a única certeza de futuro que alguém podia ter, cresceu!
Belo, se tornou um belo rapaz e não mais sonhava em ser imortal, sonhava agora em ser perfeito, em ganhar dinheiro e fazer fortuna, aprendeu a fazer cálculos, dos quais não gostava, para realizar o sonho dos pais, que o queriam engenheiro, não havia magia em sua vida, tudo era adulto e só compromissos e responsabilidades inadiáveis. Casou-se, teve filhos, fez tudo o que "um homem" de sociedade deveria fazer, contudo nada preenchia seu coração, algo faltava, pensava vou morrer e de que adianta ter tudo e não passar de nada?
Suas indagações eram fiéis, permaneceram com ele sempre! Até que um dia ele resolveu transformar morcegos em vampiros, fadas em amigas do peito e plantas de seu quintal em gnomos, estava pronto para conviver com a fantasia novamente! Gostava de passar horas se seu tempo a escrever histórias que poderiam mexer com a imaginação alheia, isto alimentava de alguma forma seu espírito, preenchia todas as lacunas de sua alma, e sem perceber seus sonhos se tornaram em livros. E seus livros foram adquiridos e as pessoas que os leram gostaram, ele se sentiu bem e realizado, mas do que quando ganhava somas de dinheiro com seus cálculos. Foi envelhecendo e pensou agora me deparo com você, a caetana (morte), porém hoje não tenho mais medo de você, e mesmo que você possa ceifar-me a vida, jamais me levará o orgulho de ser imortal. Pois, a esta altura ele já percebera que ele realizou seu maior sonho de infância, estava finalmente, imortalizado nas páginas de seus livros! desse modo, foi que Belo conseguiu vencer o seu medo da morte.
Fim!