Mini Conto 01 - Maldita Insônia
Mini Conto 01 – Maldita Insônia
Ela estava deitada ao meu lado, um corpo esbelto, curvas que até Deus teria inveja. O quarto mergulhado na escuridão, Eram duas e vinte cinco da madrugada, o silêncio e a penumbra assombram a madrugada
Passaram-se alguns dias desde a última noite em que consegui cochilar. As vozes gritavam, trazendo de volta lembranças e agonias coisas que eu pensei ter deixado para trás.
A insanidade era meu veredito, e o suicídio, a benção que o Diabo no ápice da sua benevolência havia me concedido.
Levantei descalço, encostei as mãos na beirada da cama, tomei um gole d’água. Rumei para a cozinha, abri a geladeira por um tempo sem motivo algum.
Voltei para o quarto, e lá estava ela, nua, uma puta obra de arte submissa e sonolenta.
A fodi por horas, já eram cinco da manhã. Fui até o outro cômodo onde guardava uma pistola. Cruzei o quintal em direção a uma Jabuticabeira, repleta de frutos e vida.
Os cães estavam latindo sem parar. Dei uns beijos de despedida em seus focinhos, e os prendi na outra parte do quintal.
Sentei embaixo da árvore, olhei nos olhos do Diabo. Ele estava inquieto, não dizia uma única palavra.
Enfiei a pistola na boca e
Atirei (...)
A bala acertou o lado do meu crânio. Não foi o suficiente pra uma morte rápida, só me deixou surdo, mudo e sangrando como um porco.
Merda...
Meus olhos estavam embaçados, o sangue dificultava a respiração estou arrependido.
- E agora? Oh Deus, o que eu fiz? Ela vai surtar quando me encontrar aqui.
O Diabo continuava ali, inquieto sem dizer uma única palavra. Os cães estavam uivando, o sangue jorrando, e a hemorragia tomando conta de um corpo que falecia aos poucos.
- Então essa é a sensação?
Me desculpa mãe, Júlia eu te amo, Pai eu gostaria de poder te ajudado mais
Lúcifer, não tenho sido um bom filho, me receba em seus braços.
(...)
São seis horas da manhã, e o relógio despertou novamente.
- Gerson De Rodrigues, in Contos & Goétia