MARIPOSA (reeditado, pois eu amei tê-lo escrito)
Luz de fel
Prata no luar
Céu noturno
'...e este amor sem sustento, a me desterrar...'
As ruas retas ou com seus declives e espirais, próximas estão desta minha vida que sem você não tem sentido, onde nada faz sentido. Flutuo incançável, em torno desta luz que ao seu ego ilumina, sem aquecer minh'alma, tal e qual uma mariposa, rodeio o seu ser distanciado, que não me enxerga, mas, aprecia o empoderamento que isso lhe traz. Nem cores claras me permito usar, pois o rei precisa brilhar, bato minhas negras asas para lhe acariciar com ar. Quase desapareço ante a sua presença, sob a sombra me escondo me alimentando de uns instantes dos seus olhares.
Este amor que beira ao absurdo, é tudo o que me preserva e consome, você aparece quando quer e some por dias, me deixando ao Deus dará, chega e arrebenta com as minhas dúvidas, me deixa, pergunto se você volta, responde...talvez...
Tudo isso é sem noção, um noturno de ópera, cuja melodia de fundo é inspirada no meu desespero. Um amor de sepultura, por um coração de mármore frio inalcançável, do qual não consigo e nem sei se quero me libertar. Sou um satélite que a sua volta orbita, sem jamais aterrissar. Cometa sem rabo de luz, apagado para o seu Universo permanecer aceso.
**Obrigada aos leitores que comentaram em 29/12/2018.