MARIPOSA

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Luz de fel
Prata no luar
Céu noturno
        '...e este amor sem sustento, a me desterrar...'


 

 



As ruas retas ou com seus declives e espirais, próximas estão desta minha vida que sem você não tem sentido, onde nada faz sentido. Flutuo incançável, em torno desta luz que ao seu ego ilumina, sem aquecer minh'alma, tal e qual uma mariposa, rodeio o seu ser distanciado, que não me enxerga, mas, aprecia o empoderamento que isso lhe traz. Nem cores claras me permito usar, pois o rei precisa brilhar, bato minhas negras asas para lhe acariciar com ar. Quase desapareço ante a sua presença, sob a sombra me escondo me alimentando  de uns instantes dos seus olhares.

Este amor que beira ao absurdo, é tudo o que me preserva e consome, você aparece quando quer e some por dias, me deixando ao Deus dará, chega e arrebenta com as minhas dúvidas, me deixa, pergunto se você volta, responde...talvez...

Tudo isso é sem noção, um noturno de ópera, cuja melodia de fundo é inspirada no meu desespero. Um amor de sepultura, por um coração de mármore frio inalcançável, do qual não consigo e nem sei se quero me libertar. Sou um satélite que a sua volta orbita, sem jamais aterrissar. Cometa sem rabo de luz, apagado para o seu Universo  permanecer aceso.

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 29/12/2018
Reeditado em 07/11/2023
Código do texto: T6538592
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