PODER DA ESCURIDÃO

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A escuridão da noite, Lua clara arrebatando o céu sem estrelas, Aimée suporta tudo em que acaba se envolvendo, seus demônios imaginários estão sempre a seu  lado, instigando sua queda. Ela acredita ser poderosa em sua entrega absoluta, se abre em leques para Jaime que apenas dela se aproveita, usa de suas partes, de suas artes domésticas, de seus dotes para aguentar a dor, a sevicia jurando amor e Aimée se desmancha em sofrer e tormento , acreditando que a relação é correta, é paixão. Pensa em sua mente conturbada, que Jaime só tem uns fetiches mais ácidos. Pobre Aimée, ele pouco se importa com ela, é só abuso, ele aparece quando bem entende, se farta do corpo dela, de suas posses, usufrui dos seu cuidados, nunca lhe deu um beijo sequer, frio, estúpido. Aimée sempre consulta seus demônios que a aconselham que ela não dê muita importância à dor, dor passa e ele quando quer volta. A escuridão da noite envolve sua alma, nubla a razão, confunde os sentidos, lhe dando um poder fáctuo, lasso, sem ressurreição.  Num outro dia, numa noite qualquer, sem aviso, Jaime voltará e ela se abrirá muda, com a noite escura no peito e os olhos cegos da alma, respaldadas pelas trevas, morada de seus imaginários demônios.


* imagem - fonte - google
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 07/04/2017
Reeditado em 07/04/2017
Código do texto: T5964436
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