CECÍLIA; AMOR DE UMA NOITE.

Agora Cecília está deitada estática; o seus olhos serenos fixos em um só ponto. Seu corpo coberto de rosas deixando somente a parte do pescoço até a cabeça descobertos. Todos choravam a morte desta bela mulher. Quando em vida Cecília esbanjava beleza, agora sua face pálida parecia estar dormindo um daqueles sonos profundo. Sobre os paramentos fúnebres cobertos por pétalas um corpo inerte, o sopro da vida não destacava aos olhos das sentinelas ali presentes.

Viúva, já alguns anos, mas sempre dada ao sexo, ela possuía diversas habilidades sobre o trato com o sexo em depravações, neste momento seu corpo está frio como suas noites desvairada usando de todas as suas formosuras em trocas de dinheiro fácil, Cecília deitava com vários parceiros, até aqueles que não despertavam atração, pensando somente em lucro fácil. Hoje Cecília está partindo desta para a melhor, eu sei que ela irá encontrar do outro lado, certeza que não será um paraíso.

Eu sei... Os mortos ainda conservam algumas percepções ali durante algumas horas pós-morte, tenho conhecimento que até aos seus próprios cortejos eles acompanha, misturado com os que ali se faz presença a esta celebração derradeira, ela com suas carnes e músculos gelados, mas percebia tudo ao seu redor, como se estivesse em uma bolha sem contato, mas compartilhando tudo que acontecia, assunto muito difícil de explicar.

Der repente lá nas profundidades de sua eis existência percebe algo meio esquisito; um vento entra pela porta e assopram as velas ali acesas, ela se sentia trêmula como se estivesse viva, lhe causou uma reação muito estranha em sua condição de morta, é que chegava ali neste funeral um de seus admiradores e apaixonados, além de seu assassino, aquele que a desferiu aquela punhalada certeira em seu coração, tudo por causa do ciúme exagerado interrompendo a vida desta tão jovem mulher encantadora por suas aparências bonitas.

Ele chegou disfarçado para que ninguém o reconhecesse, pois as investigações ainda não haviam sido concluídas, não suspeitavam que ele mesmo fosse o autor deste crime, só ela sabia desta certeza. Cecília ainda percebeu o perfume ao qual ele usava naquela cena tão triste, notou seu arrependimento e percebeu verdadeira paixão que este jovem possuía por ela, mas agora já é tarde, depois que o rapaz se retirou indo embora pra sempre. Todos que estava olhando para a face da morta perceberam que seus olhos que ainda estavam abertos, neste momento, na saída deste moço; as pálpebras se fecharam como se ela estivesse o esperando com ainda seus olhos abertos. Logo se confirmou que ela já não interessava por mais nada neste mundo.

Naquele feriado de junho; tarde de muito frio esta urna funerária era transportada para a última morada de Cecília, todos que seguia o enterro se contorciam se defendendo do clima frio intenso. Um daqueles que acompanhava o cortejo até o sepultamento do corpo dizia em lamentos: - Eu também chorei de tristeza pois Cecília também foi uma de minhas acompanhantes em um dia destes.

Em minha memória ficou gravado aquele semblante sorridente e de muita alegria de viver que esta jovem linda distribuíam gratuitamente a todos de seu meio.

O silêncio tomava conta daquele cortejo, embalada nesta urna funerária lá ia ela carregada a caminho de seu repouso final, alguns ainda soluçava enquanto trocavam os passos durante está caminhada.

Ela ainda neste pequeno estágio de sua passagem continuava ouvindo lá fora o mundo ao qual lhe pertencia á poucas horas e perguntava a si o porquê seus pais não estavam ali neste acompanhamento, será que se esqueceu de sua filha neste momento tão solícito.

– Estou sofrendo um abandono muito severo, agora que eu gostaria mesmo de sentir as suas presenças, estou morrendo só e os poucos que estão presente são aqueles meus companheiros de jornadas nestas noites de diversões pecaminosas, agora eu queria muito a presença de meu pai e minha mãe e irmãos nesta viaje derradeira, mas não adianta procurar por eles, não estão aqui, não deram importância a esta minha partida para o infinito, acho que esta tristeza que estou passando já é uma prenuncia de toda minha desolação que irei aturar por esta etapa que está para vir.

Depois que o cortejo adentrou ao campo santo e já caminhavam alguns passos todos ficaram em alerta para um chamamento, era uma das amigas de Cecília que não havia chegado a tempo; problemas de viaje.

Ao portão daquele cemitério estava estacionando um luxuoso carro de propriedade de Dona Irene, uma das fidelíssimas amiga desta já falecida.

Irene acompanhada de seu mordomo e escudeiro s.r. Agnaldo, ambos gritavam desesperados para que chegasse a tempo a fim de despedirem de sua amiga inseparável, Irene e Agnaldo choraram copiosamente, percebiam no rosto dos dois uma grande decepção que os mesmos sentiam com a morte desta tão amiga e companheira de várias horas.

Entre os populares ali presente ouviu se um bochicho, um senhor cutucou o amigo do lado e indagou assim – Quem foi esta morta? Que influência a tinha nesta cidade? – Ah!.. Sim... Era uma Puta que morava naquela mansão lá no fim da rua. Estes dois que chegaram atrasados é seu Agnaldo e sua patroa dona Irene; daquela chácara de festas noturnas – Entendi, Entendi...

Der repente Dona Irene virou-se de lado e disse em voz rouca se perdendo em soluços: - Olha aqui pessoal, exijo muito respeito a esta pessoa que se acha neste momento nesta tal situação de morta, foi minha amiga e era uma pessoa muito amável por todos, Eu sinto muito a perca desta grande pessoa de minha grande admiração. Todos ali presente finalizaram o pequeno discurso com uma salva de palmas.

Cecília ainda ouviu quando um dos trabalhadores do cemitério disse que o ajudantes de sepultamento tomassem posse das pás e enxadas e conduziram o carrinho de transportar caixão em direção da mais nova cova aberta, um deles ainda disse – É lá na quadra quatorze, aquela que foi aberta à pouco, a mais recente.

Desceram o caixão a mais ou menos uns sete palmos de funduras e logo ouve um grande aplauso pelo encerramento da vida desta mulher nesta existência terrena.

Cecília ficou transtornada que até parecia se revirar dentro destas trancas de tampas que prende defunta, sabia que a partir dali não mais viria o claro desta vida a qual ela não mais pertencia e nem ouviria mais nada deste mundo. Para encerrar, ouviu o barulho da terra caindo em cima de seu caixão.

Agora as artimanhas do mundo dos mortos tomou conta de Dona Cecília, ela está arrodeada de uma escuridão massacrante e não se dá mais conta de seus restos materiais, nem sabe mais em que posição está, se na vertical, horizontal e nem sabem as posições e latitude, só o negro desta noite tão escura e eterna.

Entre meio este cenário horrendo Cecília ainda percebe uma minúscula luz que surge e vai-se expandindo muito lentamente, aumentando até que se destaca assim como uma cortina em meio este infinito escuro.

Ela estava agora adentrando em outa existência, percebia que havia realmente outro mundo lá do outro lado deste palco destemido. Surge um anjo bondoso e toca a mão de Cecília e parece forçar para que a mesma levante, à abraça e com as mão caridosas a afaga enxugando assim como se fosse lágrima e a conduz para um determinado lugar cheio de paz e refrigério.

Ela não foi penalizada pelos seus atos nesta existência e recebeu a Glória divina, foi perdoada está recebendo todas as maravilhas oferecida a qual quer que seja outro viajante desta esfera do infinito extra mundo.

Antonio Herrero Portilho/24/01/2015.

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Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 19/01/2015
Reeditado em 17/01/2024
Código do texto: T5106794
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