Cidade Fatal
Ela me recebe com suas lembranças de ruas negras e noites sem fim.
Percorro as mesmas vielas que assombram meus sonhos e me impõem pesadelos.
Eu a rejeito da mesma forma que ela tenta me envolver com seus braços de memórias.
A cidade fatal é um organismo vivo que arreganha os dentes e quer me devorar.
Às vezes eu a observo tentando entender de onde vem sua força. Sem êxito, percorro suas entranhas e busco a isenção de sentimentos.
Não consigo.
Ela me domina, me esmaga, me dilacera e me transforma.
E no meio das suas danças mundanas qual Babilônia que cresce aos meus olhos, ela escarnece do meu sofrimento.
A cidade fatal é poderosa.
Mesmo os sonhos bons da cara de chuva que se via da varanda são engolidos pela megera voraz.
E eu, ridiculamente crente de que em algum momento exorcizei seu poder, entrego minha cabeça, meu corpo e meu coração em uma bandeja de prata reluzente para que ela se esbalde com seus sussurros de aniquilação.
A cidade fatal, enfim respira saciada.
Ciente de sua vitória sobre minha alma sôfrega, a meretriz então relaxa e sorve o vinho destilado das minhas lágrimas passadas.
Por fim eu me curvo, mas antes que ela execute seu golpe final, eu fujo.
Na estrada que me conduz ao presente e a alegria do futuro, dou uma última olhada na bocarra que quis me devorar. Novamente.
A noite se aquieta e o campo se mostra coberto de estrelas.
Escapei mais uma vez.
A cidade fatal queda adormecida, mas nas suas entranhas almas aflitas continuam sendo digeridas.
Percorro as mesmas vielas que assombram meus sonhos e me impõem pesadelos.
Eu a rejeito da mesma forma que ela tenta me envolver com seus braços de memórias.
A cidade fatal é um organismo vivo que arreganha os dentes e quer me devorar.
Às vezes eu a observo tentando entender de onde vem sua força. Sem êxito, percorro suas entranhas e busco a isenção de sentimentos.
Não consigo.
Ela me domina, me esmaga, me dilacera e me transforma.
E no meio das suas danças mundanas qual Babilônia que cresce aos meus olhos, ela escarnece do meu sofrimento.
A cidade fatal é poderosa.
Mesmo os sonhos bons da cara de chuva que se via da varanda são engolidos pela megera voraz.
E eu, ridiculamente crente de que em algum momento exorcizei seu poder, entrego minha cabeça, meu corpo e meu coração em uma bandeja de prata reluzente para que ela se esbalde com seus sussurros de aniquilação.
A cidade fatal, enfim respira saciada.
Ciente de sua vitória sobre minha alma sôfrega, a meretriz então relaxa e sorve o vinho destilado das minhas lágrimas passadas.
Por fim eu me curvo, mas antes que ela execute seu golpe final, eu fujo.
Na estrada que me conduz ao presente e a alegria do futuro, dou uma última olhada na bocarra que quis me devorar. Novamente.
A noite se aquieta e o campo se mostra coberto de estrelas.
Escapei mais uma vez.
A cidade fatal queda adormecida, mas nas suas entranhas almas aflitas continuam sendo digeridas.