O Trenó Quebrado

O Trenó Quebrado

Maria Barreto

Era uma vez, uma linda noite de Natal. A árvore da praça da cidade estava majestosamente enfeitada, com todos os seus adornos a brilhar como a imensidão de estrelas que havia no céu.

Todas as pessoas que passavam pela rua estavam felizes, levando seus embrulhos coloridos; menos um menino de nome Pedro; ele não tinha ganhado nenhum presente e até àquelas horas andava pelas ruas, pois não tinha um lar para aonde voltar.

Estava tão triste a perambular, pensando consigo mesmo: “ah se eu tivesse uma casa, com uma mãe carinhosa, um pai afetuoso me aguardando, nem me importaria com presente...”

Quando de repente, suspirando tristemente, olhou para o céu e avistou um trenó voando... Quer dizer, caindo.

- Socorro! – gritou.

E logo o trenó caiu bem à sua frente - catapimba!

Um velhinho simpático saiu de dentro dele e notando o menino triste se aproximou.

- Quem é você? – perguntou.

- Eu sou Pedro, e você?

- Eu sou o Papai Noel.

E foi logo explicando: eu estava indo entregar os presentes, quando deu um defeito no meu veículo e caiu; você pode me ajudar?

- Sim. – disse Pedro.

- Mas, como?

- Ligando para os duendes e pedindo para eles virem consertar o trenó e os

presentes que se quebraram na queda.

- Claro que sim. Mas, duende tem telefone? Como vou ligar? - Quis saber, o

menino, cheio de dúvidas.

Então o simpático velhinho pegou um lenço vermelho, deu um nó na ponta e o deu

ao menino, dizendo:

- Agora, bata com o nó no chão, três vezes e diga: “Saiam todos de suas casas meus pequenos operários!”

Imediatamente surgiu uma multidão de duendes, vindos do interior da Terra, dos

ocos dos troncos das árvores, do meio do mato, de toda parte; perguntando-lhe o que desejava.

- Dentro de uma hora, quero todos esses brinquedos consertados, inclusive o trenó.

Ordenou-lhes o menino, instruído por Papai Noel, que não podia se atrasar.

Os duendes repartiram entre si a tarefa. E como se não bastasse, chamaram também todos os seus parentes que saíram dos esconderijos para ajudarem no trabalho.

Trabalharam, trabalharam e trabalharam, todos com alegria e muito gosto; quando o sino da igreja soou, às onze horas da noite, os brinquedos se encontravam milagrosamente recuperados e o fabuloso trenó novinho em folha.

Pedro foi então chamar Papai Noel que tinha ido tirar uma soneca, recostado nuns sacos, pois, ia ter uma longa noite pela frente; comunicando-lhe que tinham terminado o serviço.

O bom velhinho, fez uma ligeira inspeção, viu que estava tudo em ordem, e com os

olhos brilhantes de satisfação o instruiu novamente:

- Pega o lenço vermelho, faça um nó na ponta, bata com ele três vezes no chão dizendo: “Voltem todos para suas casas meus pequenos operários!” E acrescentou: eles só atendem às crianças.

Mais que maravilhado, o ajudante do Papai Noel fez tudo direitinho e os pequenos gênios da natureza desapareceram todos.

O velhinho muito alegre alisou a barba branca e grandalhona, estufou o barrigão, dizendo:

- Bom, agora tenho que ir, pois as crianças me aguardam; antes, porém, gostaria de retribuir-lhe a ajuda. Tenho aí, vários brinquedos de reserva e gostaria que você escolhesse um de presente.

O menino triste, que já não estava mais triste, abriu um largo sorriso e... Pensando bem, achou que aquela era sua única chance, de nunca mais passar um Natal sozinho.

- Oh, não precisa me agradecer, - disse - para mim foi um prazer! Mas... Se quiser

mesmo me dar um presente, leve-me junto para aonde você for.

Papai Noel vacilou um pouco. Aquilo não estava no programa, mas, consultou

alguém lá de cima, e finalmente tomando o pequeno solitário pelas mãos o conduziu ao fabuloso trenó, que, como fumaça desapareceu no céu.

A minha estória acabou. Um vento passou. Pode você imaginar que fim Pedro

levou?

Maria Barreto
Enviado por Maria Barreto em 29/05/2011
Código do texto: T3001452