UM PASSEIO PELA TERRA.

Eu venho de longe, das sombras da eternidade, mesmo que seja por pouco tempo, agora estou me banhando por essa luz solar, havia perdido minhas lembranças, me encantei com tanta beleza, sobre o reflexo da claridade agora vejo as cores limitando esses contornos nesses variados desenhos, meu sentimento nesse momento é como se estivessem revivendo algo que faz parte do passado, sensação de saudade, até parece que vivi e viveu de verdade aqui em outras épocas, quem sabe?

Vejo!...uma casa no final dessa alameda, dentre tantas casas, por que essa me causou tanta nostalgia, vou verificar de perto, o que foi realidade para mim, hoje está transformando do um sonho para realidade, quando parei de frente aquela casa, parece que minha memória foi ativada, senti com uma explosão aqui dentro de minha cabeça, aquela casa tinha tudo a ver com meu passado, os meus olhos retrataram aquela fotografia; o alpendre, a janela do quarto da frente que era de meus queridíssimos papai e minha mamãe, fiquei ciente, essa era mesmo a minha casa antes de minha passagem, eu vivi aqui quando criança, foi uma morte prematura, cresci e me desenvolvi em outro cosmo além planeta terra, hoje tenho dezoito  anos pela contagem dos mortais, me veio como impulso a sugestão de chamar, tocando essa campainha, aguardei uns instante e logo apareceu do outro lado do vidro da porta uma moça loira de olhos azuis de face bem delineada, confesso, as minhas carnes tremulavam eu sentia que algo estava preenchendo meu corpo, essa moça tinha o rosto muito parecido com o meu, fiquei chocado e muito emocionado revestido desses sentimentos próprio terráqueos.

Depois que abriu a porta percebeu que esse moço parecia muito com ela, mas ficou preocupada, sentiu que esse rapaz estava passando mal, ela achou que poderia ser um amigo da faculdade, tem conhecimento que existe um amigo que estuda com ela que parece muito com, não tinha muita certeza, fazia poucas semanas que havia recomeçado as aulas, a turma era recente, mas porem não era bem assim.

A moça preocupada com estado de saúde do rapaz, levou o para dentro de casa e serviu um copo de água bem geladinha para que ele se despertasse desse passamento, ele se sentou e continuou com os olhos fechados por alguns minutos, aos poucos foi se refazendo do susto e voltando ao normal, abriu os olhos, nesse momento sentiu uma pontada de dor aguda no lugar do coração, parecia que estava acordando de um sono.

Eloisa percebeu, ele estava com amnésia, não sabia explicar de onde veio, nem para onde vai, mas sentia saudade de todas essas coisas deixadas para trás, as surpresas era tão grande que ficou mesmo deslumbrado, olhando para o teto, paredes, portas, sentiu na vontade de se levantar, pediu para a moça se pudesse conhecer a casa toda, a moça permitiu, a primeira vontade de olhar, foi o quarto de sua mãe, olhou e ficou muito triste, a moça acompanhava ele pela casa foi mostrando tudo até chegou no quartinho de despensa; onde guardava os objetos que estavam em desuso, ele percebeu que seu berço ainda estava armado e seus brinquedos superlotava esse pequeno leito de dormir, o carrinho de pedal e o super homem era os seus preferidos, a moça observava que daqueles olhos azuis descia lágrimas em profusão.

Heloisa ficou preocupada com aquilo, chamou a mãe, as duas ficaram com a mente cheio de perguntas sem respostas. Logo Augustinho deixa a companhia de sua suposta irmã e segue para os fundos do quintal, o parquinho com os balanços, por incrível que pareça ainda estava lá em meio um gramado cheio de matos

Enquanto Augustinho estava a distância, sem ele saber mãe e filha discute esse acontecimento. Dona Cíntia e sua filha Heloisa estão chegando uma conclusão, esse rapaz poderá ser a cópia de um filho já falecido a pouco mais de duas décadas.

 - Era gêmeo com você, assim foi narrando a história.

 – Foi em uma tarde do final de um mil novecentos e noventa e nove, sua tia, minha irmã, como de costume saía pela tarde para passear pela cidade, naquele dia ela resolveu que levaria Augustinho com ela, iriam juntos até a sorveteria, fazia muito calor naquele quase final de dezembro, Augustinho estava envolvido com suas brincadeira e não queria acompanhar sua titia, ele insistia dizendo que não queria ir, mas por fim acabou cedendo as persuasão, Emília acabou convencendo e o levou, percebia que ele estava meio contrariado, mas, lá ia titia Emília e Augustinho pelas ruas daquela cidadezinha tão pitoresca, ela atrás do volante de seu carro de fabricação nesse ano, passeava por essas ruas dessa estância turística, o pior veio acontecer, quando Emília tentava atravessar a avenida, a mesma rodovia que passava por dentro dessa cidade foi surpreendida com um caminhão carreta meio que desgovernado sem freios, não respeitou o sinal vermelho e veio colidir na lateral precisamente na porta do motorista... no carro de minha irmã, foi perca total, os dois morreram no ato da colisão, perdi meu filho, seu irmão gêmeo com apenas cinco anos de idade.

Enquanto o rapaz redescobria sua antiga morada, o papo mãe e filha continuava.

- Esse rapaz, tem tudo de meu irmão, não seria ele um contato além vida? Disse Heloisa para sua mãe.

- Verdade Heloisa minha filha, tenho experiência com espiritualidade, estou percebendo claramente, esse rapaz é o Augustinho que veio nos visitar, agora não sei como será o desfecho dessa história.

Logo chegou à noite, mãe Cíntia arrumou uma caminha para que ele dormisse aquela noite, no outro dia Dona Cíntia teria que dar um fim nessa história.

No outro dia bem cedinho, todos se levantaram para ver o rapaz, mas grande foi o espanto, a cama estava vazia, quando dona Cíntia foi desfazer essa cama encontro debaixo do travesseiro um bilhete escrito em letras bem grande:

- Heloisa minha irmã, eu sou seu irmão, não sei se mamãe te falou daquele grave acidente ocorrido naquele dia, não percebi o impacto na hora da batida, felizmente não sofri nenhuma dor por fraturas e perfurações de órgãos, achei melhor assim que sofrer sequelas para o resto dessa vida como ser humano, imagino essa família uma grande árvore de grande extensão de raízes segurando esses galhos, frutos e flores, eu apenas fui colhido para a colheita da eternidade, infelizmente ocorrido na minha mais tenra idade, como fruto, ainda que nem  amadurecida por completo  nesse pomar feito esfera  terrestre.

Apesar de minha morada estar fixada em outros horizontes, mas no oculto ainda estarei horas ou outras vezes nesse grupo de irmãos, usufruindo da sombra refrescante dessa frondosa árvore feito família.

 Agora voltarei para minha eterna morada para sempre.

(14/12/21/Antherport***

Antonio Portilho antherport
Enviado por Antonio Portilho antherport em 03/12/2024
Reeditado em 03/12/2024
Código do texto: T8210768
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