O SORRISO DE CLARICE
O SORRISO DE CLARICE
O dia passou que nem Clarice percebeu que já se passava das seis da tarde. Ela havia terminado de pintar seu quadro em óleo sobre tela intitulado “Ciranda das Amas” bem antes do sol se puser. Mas, como ela estava fatigada por horas de trabalho adormeceu no sofá.
Levantou-se meio sonolenta, respirou profundamente e tentou dar alguns passos, parou, sentiu-se tonta e fez um movimento leve para se sentar na cadeira de balanço que estava na sua frente, fechou os olhos, deu dois passos e caminhou titubeando até a cozinha no intuito de beber um copo de leite frio.
A casa estava com as luzes apagadas e recebia apenas o clarão da lua e de um abajur na escrivaninha perto do telefone. Ela bebeu o copo de leite depois que ascendeu as luzes da copa e cozinha.
Clarice, foi ao banheiro e deparou-se no espelho com um vestido sujo de tinta e sorriu ao observar que um dos pinceis estava colado no vestido bege com estampas de borboletas voando sobre o mar, tirou o pincel e o pois na pia, em seguida, lavou o rosto, depois, enxugou e molhou um pouco a nuca para se refrescar.
A mansão ficava localizada na área nobre Campina Grande, um pelo espaço verde com arvores frondosas e alguns pequenos lagos que as vezes eram denominados de açudes, pois, conhecida com Juracy Palhano e nações, essa área do brejo era belíssima por suas paisagens indeferimento da fauna e flora.
Clarice colocou um long-play da cantora Marisa Gata Mansa de 1973; e ao escutar a música viagem, sentou-se na varanda do primeiro piso e começou a recordar dos tempos de garota e de sua família. Chorou e sorriu por ter criado sua última obra de arte, um fauvismo expressivo pela ciranda de almas que apropria artista chamava de “Ciranda das Almas”...