A CASA ROXA
Abriu a porta devagar.
A velha folha de madeira rangiu, provocando com seu ruído desafinado o agigantamento do medo.
Entrou finalmente na casa roxa. A velha tapera abandonada considerada por muitos mal assombrada. A construção guardava mistérios em seus umbrais e provocava arrepios. Era toda roxa, por dentro e por fora.
Avistou algo estranho no meio da sala. Brilhava iluminado pela luz da lua cheia belíssima daquela noite, que entrava atrevida pela porta recém aberta.
Criou coragem, foi ate o meio da sala e viu o monstro. Era grande, gordo, cheio de pelancas, pele enrugada, nariz pontudo, sobrancelhas grossas, pouco cabelo, usava roupas fora de moda e o olhava fixamente. Pensou: Que coisa horrível! O tenebroso animal parecia imitar todos os seus movimentos.
Saiu correndo e ao virar-se derrubou o espelho que tanto o assustara.