A QUEM PERTENÇO?
Contando ninguém acredita, mas, Bryan mudou tanto, tanto da noite para o dia, que nem a si próprio reconhecia. Um pacato beato, cidadão correto, bom filho, pai, marido e irmão, zeloso com sua conduta e funcionário exemplar. Acordou chutando o cachorro, gritando com a família puxou a toalha da mesa, jogando todo o café da manhã no chão, saiu batendo a porta estrondosamente, deixando as crianças chorando assustadas e os demais emudecidos e atônitos.
No caminho, arrancou a Bíblia das mãos de duas amigas beatas dilacerando as páginas, jogando no ar os versículos, seguindo até ao final da rua entrou no escritório que trabalhava, seguiu reto até sua sala e destruiu tudo, esbofeteando chefe, colegas de profissão, saiu sem explicação esbravejando impropérios, todos no lugar permaneceram estáticos, como se o próprio 'demo' tivesse passado como um furacão por ali.
Na rua, praça e na porta das casas, as pacatas pessoas daquela pequena cidade só sussurravam sem conseguir esboçar reação. O velho padre Enrico, foi correndo dentro das suas limitações de idoso atrás de Bryan, quando o achou e o confrontou, recebeu um safanão que prostrou o pobre no chão, isso foi a gota d'água.
Chegou o delegado e seus dois policiais e com muito custo, conseguiram conter o homem. Jogaram numa cela e Bryan virou bicho, se debateu, rasgou as roupas, estraçalhou o colchão, tufo de cabelos arrancou, até as barras da cela tentou entortar, gritou palavrões e expressões pejorativas que nunca havia proferido na vida, com todo o ataque de fúria, seus olhos estavam riscados de veias saltadas vermelhas, ficou algumas horas neste surto. O pobre do delegado teve que dar um berro com o povo curioso em torno da delegacia, só permitiu mesmo, a entrada da esposa do preso.
Quando Bryan viu a esposa, o surto passou como num passe de mágica e ele desmaiou. Foi internado algemado na cama do hospital, ficou desacordado por três dias, sendo alimentado por meio venoso, mas, inacreditavelmente, sem nenhum mal clínico como atestaram os exames laboratoriais e de imagens. Sua esposa não arredou pé do quarto dele nem por momento, apenas dedilhou inúmeros terços, imaginando que o marido estivesse possuído por algo maligno, no qual ela se recusava a acreditar.
Ao final do terceiro dia, Bryan desperta e tentando se soltar das algemas, pergunta à sua espantada esposa com voz tranquila
- O que houve? Eu passei mal? Tive medo de agulha e me algemaram para poder me medicar?
Contando ninguém acredita, mas, Bryan mudou tanto, tanto da noite para o dia, que nem a si próprio reconhecia. Um pacato beato, cidadão correto, bom filho, pai, marido e irmão, zeloso com sua conduta e funcionário exemplar. Acordou chutando o cachorro, gritando com a família puxou a toalha da mesa, jogando todo o café da manhã no chão, saiu batendo a porta estrondosamente, deixando as crianças chorando assustadas e os demais emudecidos e atônitos.
No caminho, arrancou a Bíblia das mãos de duas amigas beatas dilacerando as páginas, jogando no ar os versículos, seguindo até ao final da rua entrou no escritório que trabalhava, seguiu reto até sua sala e destruiu tudo, esbofeteando chefe, colegas de profissão, saiu sem explicação esbravejando impropérios, todos no lugar permaneceram estáticos, como se o próprio 'demo' tivesse passado como um furacão por ali.
Na rua, praça e na porta das casas, as pacatas pessoas daquela pequena cidade só sussurravam sem conseguir esboçar reação. O velho padre Enrico, foi correndo dentro das suas limitações de idoso atrás de Bryan, quando o achou e o confrontou, recebeu um safanão que prostrou o pobre no chão, isso foi a gota d'água.
Chegou o delegado e seus dois policiais e com muito custo, conseguiram conter o homem. Jogaram numa cela e Bryan virou bicho, se debateu, rasgou as roupas, estraçalhou o colchão, tufo de cabelos arrancou, até as barras da cela tentou entortar, gritou palavrões e expressões pejorativas que nunca havia proferido na vida, com todo o ataque de fúria, seus olhos estavam riscados de veias saltadas vermelhas, ficou algumas horas neste surto. O pobre do delegado teve que dar um berro com o povo curioso em torno da delegacia, só permitiu mesmo, a entrada da esposa do preso.
Quando Bryan viu a esposa, o surto passou como num passe de mágica e ele desmaiou. Foi internado algemado na cama do hospital, ficou desacordado por três dias, sendo alimentado por meio venoso, mas, inacreditavelmente, sem nenhum mal clínico como atestaram os exames laboratoriais e de imagens. Sua esposa não arredou pé do quarto dele nem por momento, apenas dedilhou inúmeros terços, imaginando que o marido estivesse possuído por algo maligno, no qual ela se recusava a acreditar.
Ao final do terceiro dia, Bryan desperta e tentando se soltar das algemas, pergunta à sua espantada esposa com voz tranquila
- O que houve? Eu passei mal? Tive medo de agulha e me algemaram para poder me medicar?