O CASARÃO NA CURVA DO RIO
Quem passasse na curva do rio estreito, avistava pelo trajeto aquele casarão sombrio, parecendo abandonado, visão um tanto fantasmagórica ao primeiro olhar. Ali habitavam vozes soturnas, gritos de pavor e gemidos alourados, presas há muito tempo ali encarceradas. Elas não sabiam mais, se era noite ou dia, nem mesmo quanto tempo já se passara.
Vultos flutuantes, negros como noite fechada, vozes roucas e abafadas, que lhes infringiam toda sorte de castigos, sem mesmo tocarem seus corpos diretamente, apenas sentiam as dores das invasões, o sibilar dos açoites e os lanhos sangrentos, que dia sim dia não, se abriam sangrentos em seus corpos, deixando depois de gargalharem com o prazer de ouvirem seus urros de dor, gamelas de água e comida, água amarelada e um minguau de aveia ralo e sem sabor, isso por dias e dias, sempre igual.
Os gritos alourados já perdiam suas forças. Os passantes na curva do rio, nem sequer podiam imaginar o que se passava, nos subterrâneos daquele casarão, para qualquer um que por ali navegasse, era só um lugar sombrio e abandonado.
Os gritos se tornavam cada vez mais escassos, os alourados gemidos aos poucos, morriam, feneciam de inanição e sofrimento. Quando isso começou, a memória deles nem mais sabia. Ao longe, só a vaga lembrança, de que quando adolescentes curiosos, invadiram o casarão silente e soturno, dois meninos e três meninas e não mais saíram. Com o tempo, nenhum som mais havia naquele casarão, só o silêncio imperava e os passantes na curva do rio, só avistavam um casarão desmoronando um pouco mais a cada dia...
Quem passasse na curva do rio estreito, avistava pelo trajeto aquele casarão sombrio, parecendo abandonado, visão um tanto fantasmagórica ao primeiro olhar. Ali habitavam vozes soturnas, gritos de pavor e gemidos alourados, presas há muito tempo ali encarceradas. Elas não sabiam mais, se era noite ou dia, nem mesmo quanto tempo já se passara.
Vultos flutuantes, negros como noite fechada, vozes roucas e abafadas, que lhes infringiam toda sorte de castigos, sem mesmo tocarem seus corpos diretamente, apenas sentiam as dores das invasões, o sibilar dos açoites e os lanhos sangrentos, que dia sim dia não, se abriam sangrentos em seus corpos, deixando depois de gargalharem com o prazer de ouvirem seus urros de dor, gamelas de água e comida, água amarelada e um minguau de aveia ralo e sem sabor, isso por dias e dias, sempre igual.
Os gritos alourados já perdiam suas forças. Os passantes na curva do rio, nem sequer podiam imaginar o que se passava, nos subterrâneos daquele casarão, para qualquer um que por ali navegasse, era só um lugar sombrio e abandonado.
Os gritos se tornavam cada vez mais escassos, os alourados gemidos aos poucos, morriam, feneciam de inanição e sofrimento. Quando isso começou, a memória deles nem mais sabia. Ao longe, só a vaga lembrança, de que quando adolescentes curiosos, invadiram o casarão silente e soturno, dois meninos e três meninas e não mais saíram. Com o tempo, nenhum som mais havia naquele casarão, só o silêncio imperava e os passantes na curva do rio, só avistavam um casarão desmoronando um pouco mais a cada dia...