PEIXE SEGUINDO O ESPÍRITO DA CARAVELA

(dedicado à amiga escritora, Nádia Gonçalves)

Nádia com tapa olho de pirata, apenas protegia a visão constrangida, pelas visões espirituais que atordoavam o seu trajeto marítimo. O desbravar das ondas, das vagas e das calmarias, era rumo ao mundo novo. Nítido no azul do céu, ácido nos percalços, afogueado nos amores momentâneos e repleto de crenças passionais e perdoáveis...se a navegação era certa... só mesmo Deus, Odin, Posseidon ou a vontade da sua bússola à girar girar girar...chegar lá sem pressa saberiam.

Sentindo à brisa do mar, invadindo o peito, desmanchando os cabelos e espalhando as orações da tripulação. Marujos que a seguiam fielmente, mesmo que há anos com saudade de tudo. O brilho vivo no olhar dela, os levaria ao Paraíso num horizonte...um dia...eternamente...

Ladeando à nado, um peixe grande, sem outras semelhanças aos olhares conhecidos, de tom rosado e boca dentada, seguia a caravela e, uma vez por mês, ao avistar Nádia debruçada sobre o costado, sussurrava e só ela ouvia...está no caminho certo da felicidade...e o espírito dela se fortalecia.

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