MINI COLETÂNEA DE MICROCONTOS (aventura/fantasia) alguns amigos recantistas vão se achar por aqui
I - ETERNOS DUELOS DE UTAH
Alcir e Antenor, municiaram as suas pistolas, só usaram poemas de balas prateadas, daquelas bem explosivas. Barrett e Kid não teriam a menor chance, os seus tirinhos de poeminhas tinhosos, não eram páreo para a violência poética dos irmãos. A expectativa do duelo, movimentava todo o comércio da cidade. Chegado o momento crucial, o duelo duplo pôs por terra Alcir e Kid, mas, o povo queria sangue poético esparramado e um só vencedor. O apache bastardo, descendente do outro bastardo Jadel, atendeu ao clamor do povo. Bem lá do alto da torre do sino da igreja, com o seu rifle de balas de haikais ardentes, deixa Barrett estendido na poeira coberta de brita, fugindo em seguida no seu veloz cavalo malhado. A multidão enlouquecida, saudava Antenor, o vencedor. As comemorações, lotaram os Sallons da família de viúva negra Ioiô Belle e a sorveteria do velho Ansilgus.
II - O SORRISO DO SEM NOME
A estrada era extensa, longa, mas, apesar de não ter tijolos amarelos, tinha suas personagens simpáticas, Lilian Poema, Laurita Loura e Iolanda Flor. A primeira, espalhava flores a cada som emitido por sua doce voz. A segunda, dançava na pontinha dos pés, sempre que um mínimo raio de Sol bocejava. A terceira, aspergia perfumes, todas as vezes que piscava. O caminho das pessoas e dos animaizinhos, se tornava delicioso. Aconteceu um dia, dessa magia ser interrompida por um viajante, um homem cheio de amarguras e cicatrizes no coração, sem nome e avesso às relações afetivas, ele sozinho fora capaz de conter a simpatia daquele longo caminho. Foi preciso a interferência da Mãe Natureza, que enviando Albuquerque e seu sopro verde poderoso, que com muito esforço, conseguiu limpar a amargura, do peito do homem sem nome. Cicatrizes todos nós tempos, a vida não é só feita de pétalas de rosas, por vezes os espinhos arranham, deixando marcas. Mas, só ver um simples sorriso, no rosto do homem sem nome, já tornava mais feliz a caminhada.
III - JARDIM DA ALEGRIA
Antonio era irmão de Olavo e primo de Tereza, uma família de aventureiros, mesmo que no auge dos seus seis, oito e nove anos, as incursões não ultrapassassem a área cercada de verde do jardim. A frondosa mangueira, era o monstro babão que desafiava a destreza de Antonio, a casinha da labradora dourada Luna, escondia os esquilos ninjas, que Tereza combatia diariamente, exceto aos Sábados quando a Vó Verdana vinha e, fazia biscoitinhos de nata, aí os esquilos ganhavam a batalha por um dia. Já Olavo rastejava com cuidado, pois sendo uma cobra cascavel sorrateira, atacava os outros dois, com botes de gargalhadas. A vizinhança já se acostumara com as aventuras daqueles três, era uma alegria só.