ROBERTA LEROY , A eterna professorinha de Utah - no Velho Oeste rejuvenescendo - conto dedicado à poetisa Roberta Souza e aos amigos recantistas

 

 

O ano em questão é 2001, Utah segue poeirenta e poética, o progresso agiganta a cidade, faz a população crescer e, a escolinha já não comporta todas as crianças. José Martins e Roberta Leroy seguem bem casados, mas, há muito que ela não exerce mais as funções pedagógicas, logo ela que educou boa parte da população. O Prefeito Dom Barret, acabou por lhe fazer uma proposta irrecusável, a de ser a professora da nova escola, somente até treinar três novas moças para a função. Roberta Leroy adorou a ideia, bem como achou as três candidatas competentes e simpáticas, as crianças gostariam delas com certeza.

 

Os nomes da moças eram Esther Ruby, muito devotada à sua fé, Lumah Brent, que era de uma alegria esfuziante  e Nana Gonzalez, uma filha do Novo México,  carinhosa e gentil, logo de início, todas se entenderam muito bem.

 

Perto da inauguração um contratempo, um habitual desentendimento num dos Sallons da família de Ioiô Belle Carson...ou outro sobrenome, nem se lembravam mais, afinal foram tantos casamentos e vestidos de luto, que o último sobrenome adotado por ela, talvez esteja flutuando na memória da poeira de Utah.

 

O assunto terminou em morte, para alegria da funerária dos Brandon, muitas cápsulas de sonetos e haicais deflagradas por todo lado, um cheiro de pólvora doce invadindo os imóveis da Rua da Matriz.

 

Os finados foram Antonio Estêvão e a pistoleira Poema Menale, o vitorioso em questão fora um apache que fugiu, antes que o novo Xerife Carqueija o pudesse deter.

 

A festa de inauguração da nova escola, ficou adiada para o Domingo seguinte. Então haveria missa, quermesse e trovadores fazendo versos e espalhando muita música na Praça do Poço e claro, o gran finale, seria a inauguração da escolinha, todos estavam ansiosos, até a poeira de Utah estava menos densa.

 

O dia chega e acorda radiante, os moradores e forasteiros em suas vestes domingueiras, estavam muito bem apessoados, a alegria preenchia cada linha do tempo.

 

Roberta e suas adoráveis aprendizes, estavam deveras entusiasmadas. Lumah Brent era uma explosão de sorrisos. Esther Ruby borboletava à volta do Padre Jacó e Nana Gonzalez, arriscava uns olhares para o Prefeito Dom Barret, um solteirão bem apanhado, os olhares encontraram correspondência e, quem sabe isso ainda renderia um bom causo futuramente, na poeirenta Utah.

 

A festança foi animada, a continuidade se deu para alguns, nos Sallons e em suas secretas alcovas remanescentes, para regozijo das 'mocinhas fáceis' e dos caixas dos bares. Muito whisky navegou pelos copos e gargalos. Fogos de artifício iluminaram o céu, juntamente com tiros para o alto, com balas poéticas explosivas. Assim se passou mais um período em Utah, para marcar a história do lugar.

 

 

 

 

 

*Tenho muitos contos de aventuras, com a mesma temática. Apenas para uma melhor compreensão dos personagens, informo que o primeiro foi, Ioiô Belle Carson - A Viúva Negra do Velho Oeste, mas, os contos são independentes.

 

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 14/04/2023
Reeditado em 17/04/2023
Código do texto: T7763526
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